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Boletim Eletrônico do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região - Nº 262 • 24/3/2016

Fechamento
de fábricas

Guarulhos foi potência industrial. A cidade abrigava uma impressionante quantidade de fábricas, algumas com milhares de funcionários. Entre as empresas que fizeram história, estão Olivetti, Philips, Persico, WEG, Pial, Microlite e tantas outras.

Infelizmente, o esvaziamento industrial não é fenômeno local. Nem é um fato apenas econômico. Há uma luta mundial pra definir quem comanda o processo industrial e quem fica com as atividades secundárias, produzindo insumos primários.

Essa luta não é de hoje. Pra que o Brasil tivesse base industrial, foi preciso uma revolução, com Getúlio Vargas derrotando a elite dos grandes fazendeiros paulistas e mineiros. Anos depois, Getúlio retardou a entrada do Brasil na Guerra, até conseguir dos americanos a instalação da CSN, sem a qual não haveria aço para formar nossa indústria.

Houve novo ciclo de crescimento no governo JK, que, entre outros feitos, trouxe as montadoras de veículos, com a consequente criação do setor de autopeças – e o impacto dessa expansão ajudou muito Guarulhos. Como Getúlio, Juscelino foi também duramente combatido por parte da nossa elite.

O último ciclo industrial ocorreu ainda na ditadura, época em que o capital internacional se expandia e instalava fábricas em países aliados. A repressão ao sindicalismo e a política de arrocho salarial do regime estimularam essa expansão. Mas, com os estragos da crise do petróleo nos anos 70, nossa indústria parou de crescer e, na sequência, começou a encolher.

Da mesma forma que se beneficiou dos ciclos de expansão, seria improvável que Guarulhos não fosse afetada pelas crises. Isso explica em parte o esvaziamento industrial, mas não explica tudo. Nessas décadas, nossos governos pouco fizeram pela indústria, pouco cuidaram da formação da mão de obra e pouco incentivaram novas tecnologias. A indústria já representou 27% do PIB. Hoje, representa 10% e tende a cair mais.

Sem um setor de serviços consolidado e com o comércio dependendo muito do consumo dos industriários, a economia de Guarulhos perde potência. Essa decadência, a meu ver, é o principal problema da nossa cidade. E será o principal desafio do próximo prefeito, que terá a tarefa de articular uma ação efetiva entre poder público, capital e trabalho, tentando reverter a situação.

Com tristeza, vimos, em curto período, nossa base perder a WEG e a MTP. Agora, estamos perdendo a Eaton e a Maxion (antiga Borlem) – após 57 anos de Guarulhos –, sem contar as pequenas que fecham as portas quase diariamente.

Cada fábrica que fecha, é uma parte da nossa economia que vai embora. Cada emprego perdido, é um passo rumo ao empobrecimento pessoal, familiar e coletivo. Vejo muitos quererem mudar o Brasil, e é justo. Mas todas as mudanças têm de envolver a classe trabalhadora.

Entendo que devemos começar pela nossa casa. Guarulhos não pode mais perder indústrias. É preciso estancar a sangria.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
pereira@metalurgico.org.br
pereirametalurgico.blogspot.com
Este artigo foi publicado no jornal
Guarulhos Hoje, dia 22 de março.


Semana Santa:
veja o expediente
no feriado

Atenção: nossa sede (rua Harry Simonsen, 202, Centro) encerra atividades às 18h30 de quinta (24) e retorna ao atendimento normal na segunda (28), no horário comercial. As subsedes de Arujá e Mairiporã (Terra Preta), encerram expediente às 17h30 de quinta e reabrem na segunda.

Lazer - O Clube de Campo (Parque Primavera) também terá atendimento diferenciado. As dependências não abrem na Sexta-Feira Santa (25) e no Domingo de Páscoa (27), mas funcionam normalmente no sábado (26), incluindo o pesqueiro.

Na Colônia de Férias de Caraguatatuba e no Hotel-Fazenda Vista Linda, em Vargem, o atendimento será normal todos os dias (sexta, sábado e domingo).

Trabalhadores mantêm
greve na Eaton
(Sindicato cobra melhorias no pacote de benefícios)


Diretores comandam protesto dos funcionários da Eaton em frente à fábrica

A greve dos metalúrgicos da Eaton (Bonsucesso) entrou hoje (24) no terceiro dia, com total adesão dos funcionários - tanto na produção, quanto no setor administrativo. A mobilização busca melhorar o pacote de benefícios destinado aos trabalhadores, que serão dispensados em razão da mudança da planta para Guaratinguetá, no Vale do Paraíba.

Na manhã de ontem (23), assembleia em frente à empresa decidiu manter a paralisação. A Eaton obteve um interdito proibitório na Justiça, mas a medida não teve força de esvaziar nosso movimento. No final da manhã, os funcionários foram para casa.

A Eaton tem 140 funcionários. A proposta, já recusada pelos trabalhadores, prevê o pagamento de apenas R$ 3.000,00 aos demitidos, além das verbas rescisórias, mais três meses de vigência do convênio médico. O Sindicato cobra seis meses de salário e a manutenção - por seis meses - dos benefícios (convênio médico/odontológico e seguro de vida).

Mobilização - Nosso diretor José Barros da Silva Neto afirma: “A Eaton é empresa de porte e tem condições de oferecer uma proposta decente aos trabalhadores. Vamos continuar a pressão, até melhorar o pacote de benefícios”. A paralisação continua.

Metalúrgicos aprovam PLR em mais quatro empresas



Jau, Roseli e Carioca em assembleia na Projinox

O Sindicato negociou e os trabalhadores aprovaram propostas de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) em mais quatro empresas da base. Os acordos beneficiaram cerca de 120 metalúrgicos. Veja como ficou:

Quant (Jardim São Roque) - Empresa de ferramentaria que presta serviço para a ABB, com 15 funcionários. Participação, que será paga pela primeira vez, pode chegar a dois salários nominais. O pagamento será abril. Metas: falta não justificada, produtividade e faturamento.

Platô-Bus e Truck-Bus (Cumbica) - Duas empresas do mesmo grupo, com 30 funcionários. O benefício será pago em abril e junho próximos.

Projinox (Parque São Miguel) - Cerca de 80 metalúrgicos da empresa recebem a Participação em setembro deste ano e março de 2017. Valor pode chegar a R$ 1.210,00. Benefício, referente a 2016, será 9% superior ao que foi pago no ano passado.

Paralisação dá resultado na Refrisat



Pepe, Lúcia e Cabeça comandam mobilização

Os 66 trabalhadores da Refrisat (Itapegica) cruzaram os braços dia 15 por melhorias no convênio médico, regularização da cesta básica e contra a demissão de sete funcionários. Os diretores Josete Machado Filho (Pepe), Lúcia Ottone de Amorim e Josinaldo José de Barros (Cabeça) acompanharam a mobilização.

Convênio - Antes, o titular pagava R$ 47,00 mensais e os dependentes valor mais alto. Conseguimos valor igual.

Cesta básica - Tinha sido cortada. Agora, quem ganha até R$ 2.500,00 receberá a cesta sem custo. Quem ganha mais pode optar por pagar R$ 50,00 e a empresa fará a complementação.

A demissão dos sete metalúrgicos foi suspensa por enquanto.

Sindicato faz acordo na Cummins sobre PDV e benefícios



Sindicato realiza assembleia na empresa

O Sindicato entrou em ação após a Cummins anunciar o desligamento de 140 funcionários, nas suas três unidades (Cecap, Cumbica e Bonsucesso). Negociamos benefícios para amenizar a situação dos companheiros dispensados.

A negociação foi conduzida pelo nosso diretor Heleno Metalúrgico, que também é vereador em Guarulhos (PDT). Os dois delegados sindicais na empresa também participaram.

Como ficou - Foi criado um PDV (Plano de Demissão Voluntária), com início em 21 de março e encerramento em 1º de abril. Quem aderir terá garantido, além das verbas rescisórias, seis salários nominais integrais (ou seja, sem desconto); oito meses de convênio médico e oito meses de cesta-básica (ambos de maio a dezembro).

Caso a cota de 140 desligamentos não for preenchida com o PDV, quem for demitido por decisão da empresa receberá três salários nominais, seis meses de convênio médico e seis meses de cesta básica.

Direitos - Os companheiros que permanecerem na empresa terão garantia de emprego até janeiro de 2017.

Estabilidade na Maxion vai até dezembro


Cabeça e Pereira na Maxion

Após negociação do Sindicato, os metalúrgicos da Maxion (antiga Borlem, no Itapegica) terão estabilidade no emprego até 15 de dezembro. O acordo envolve a discussão de PDV (Programa de Demissão Voluntária) e pacote de benefícios se houver demissão.

Nosso presidente José Pereira dos Santos conduziu a assembleia. Cabeça, nosso vice-presidente e funcionário da fábrica, também participou.

PDV - Até dia 15 de abril será concluída a negociação do PDV, com a definição dos benefícios para quem aderir..

Luta dos servidores é destaque no Voz do Trabalhador



Dr. Marcelo e Júlio Abreu

O programa Voz do Trabalhador deste sábado (26), na TV Destaque, aborda a paralisação do funcionalismo municipal, realizada na segunda (21). O convidado é o advogado Marcelo Mendes Pereira, coordenador do Departamento Jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Municipal de Guarulhos (Stap).

O Voz tem ainda a mensagem do nosso presidente, no quadro “Fala Pereira!”.

Assista - O Voz do Trabalhador será exibido sábado (26), com reprise domingo (27), das 19 às 20 horas, na TV Destaque (canal 15, da NET). Na internet, assista pelo site www.d11.com.br. A apresentação é do jornalista Júlio Abreu.

Leia o Blog do nosso
presidente Pereira
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