Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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O que precisamos mudar no Brasil

Em política se negocia tudo, menos os princípios. A frase é de Fidel Castro, de cuja inteligência, astúcia e senso prático ninguém irá duvidar.

Eu digo que ela é muito atual, especialmente neste período em que partidos fazem coligações, tendo como acontecimento mais emblemático das negociações a visita de Lula à casa de Maluf, mostrada em foto que correu o mundo.

O que aquela foto nos ensina? Ensina que a forma política atual, com a permissividade das alianças de tudo com todos, não é mais aceita com naturalidade pela população. A sociedade entende que, no jogo democrático, as alianças são cabíveis, mas dentro de limites.

Portanto, parece claro que é preciso mudar. E mudar, no caso, significa fazer a reforma política. Aliás, essa é a tese defendida pela deputada Luiza Erundina, em artigo na Folha de S. Paulo da terça (3). Prega a deputada: “Uma reforma política capaz de eliminar práticas fisiológicas e barganhas eleitorais que amesquinham a política e afastam dela os jovens e os cidadãos dignos”.

Erundina, de cuja experiência e coerência ninguém irá duvidar, escreve aquilo que milhões pensam. E eu também penso, especialmente com relação aos jovens. Como vamos motivar o jovem para a política, se as alianças abrem mão de princípios, programas e propostas em troca de apoio financeiro e tempo de televisão?

Temos, pela frente, muitos desafios. Mas um desafio real, sem dúvida, é fazer a reforma política, garantindo aos partidos recursos públicos para as suas campanhas.

Há os que são contra o aporte de recursos públicos para partidos. Pensam assim porque talvez não saibam que o tempo de propaganda partidária e eleitoral, em rádio e televisão, é pago com dinheiro público. E pago caro!

Valor - Há dois anos, a revista ISTOÉ publicou o valor da compensação fiscal e abatimento nas declarações para o Imposto de Renda das 4.632 emissoras de rádio e televisão que exibiriam as campanhas de 2010. Valor: R$ 851 milhões. Tal custo equivalia (na época) a R$ 6,20 para cada um dos 135,8 milhões de eleitores aptos para votar no dia 3 de outubro.

Como se vê, para os candidatos pobres e dos partidos pequenos, nenhum centavo (os grandes se viram). Porém, para a mídia poderosa, uma fábula de dinheiro público. São essas coisas que precisam mudar em nosso País.

Candidatura - Me perguntam por que não serei candidato a prefeito em Guarulhos. Respondo: a) Por falta de dinheiro; b) Porque nossa cidade não tem campanha de TV, onde poderíamos debater temas de interesse coletivo; c) Porque, sem recursos e meios, não dá para enfrentar candidaturas milionárias.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 4 de julho.

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