Modernizar o Brasil, e rapidamente!

A economia moderna é altamente competitiva. E essa competitividade tem alguns requisitos. Um deles é a infraestrutura, que está ligada a outro fator determinante na economia moderna, que é a logística.

Todo mundo sabe que o Brasil está atrasado nesses dois quesitos: infraestrutura e logística. E esse atraso, além de aumentar o custo-Brasil real, provoca altos danos à Nação.

Há poucos dias, a Folha de S. Paulo mostrou uma foto que ilustra bem essa precariedade. No Amazonas, por falta de frigoríficos, os pescadores jogam fora várias toneladas de peixe, todos os dias. Jogar alimento fora é chocante em qualquer lugar do mundo, especialmente numa região onde são altíssimos os índices de pobreza.

A mesma imprensa, com regularidade, registra os imensos congestionamentos nas grandes cidades e as filas gigantescas de caminhões esperando para fazer desembarque nos portos. Tudo isso aumenta o custo real da atividade econômica, eleva o gasto de combustível e engessa a movimentação de bens. Ou seja, compromete a competitividade brasileira.

Alguma coisa precisa ser feita. Aliás, muita coisa, e com urgência. Por isso, o conjunto de medidas anunciado pela presidente Dilma, envolvendo portos, aeroportos, estradas e ferrovias, precisa ser apoiado, com a sociedade fazendo pressão para que as obras sejam tocadas o mais rápido possível.

Discutir questões laterais, se é privatização, se é concessão, se é parceria público-privado, não ajuda. O que o Brasil precisa é de mais investimentos, públicos ou privados, empurrando para a frente a nossa economia, a fim de que o País cresça, gere empregos e distribua renda.

Países que são, ao mesmo tempo, nossos parceiros e competidores, já fizeram a lição de casa há muito tempo. Nos anos 80, quando a China decidiu modernizar sua economia, Deng Xiaoping, então chefe de governo, disse a frase que correu o mundo: “Não importa a cor do gato, desde que cace ratos”.

É o caso do Brasil. Não importam as formas adotadas para modernizar o País, desde que elas respeitem as leis, que não ataquem direitos trabalhistas e tragam contrapartidas no sentido de garantir empregos e empregos decentes. Desde que elas façam o Brasil crescer com justiça e inclusão social.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 22 de agosto.