Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Melhorar o debate político

A proximidade das eleições coloca o tema política em todas as rodas de conversas, seja no ambiente familiar, nos eventos sociais e mesmo no meio sindical. É natural. A disputa eleitoral é sempre empolgante e todos nós, de uma forma ou de outra, estamos torcendo pelos candidatos com quem temos mais afinidade.

A vontade de discutir política ou as conversas sobre bastidores das campanhas já mostram que nosso povo, de um modo ou de outro, gosta do assunto. Isso já revela uma certa percepção, embora às vezes não muito clara, sobre a importância da política.

Precisamos avançar. Essa percepção é importante, mas é preciso haver consciência. E a consciência nem sempre se manifesta de forma mais precisa, pois falta à população, em geral, um grau maior de informação.

Penso que esse fluxo de informações sobre política deveria ser mais constante e consistente. Os próprios partidos falham nesse papel, ao deixar o debate só para o período eleitoral. A mídia, de um modo geral, quando trata da política o faz com uma visão crítica, às vezes, depreciativa, que, no fundo, desestimula o cidadão.

Quem, então, deveria cuidar com zelo desse assunto? O Estado. Eu defendo que o tema política e cidadania, por serem faces da mesma moeda, deveria integrar o currículo escolar, respeitando-se o critério pedagógico e a faixa etária.

Antigamente, existia no ensino a matéria OSPB – Organização Social e Política Brasileira. O objetivo era despertar o civismo. Está certo que na ditadura houve distorção dos objetivos, tornando, de certa forma, OSPB matéria chata e chapa-branca.

Hoje, na democracia em que vivemos, poderia ser muito diferente. As escolas também evoluíram, abrindo espaço para debates. Os educadores poderiam, inclusive, convidar presidentes de partidos ou políticos eleitos para fazer palestras e fim de serem sabatinados pelos alunos.

Essa educação política está fazendo falta e nos custando muito. Boa parte de nossos eleitores comparece para votar sem uma base objetiva e sem um conhecimento mais efetivo a respeito do partido, do candidato e do valor do voto. A consequência é um rebaixamento do debate político e a abertura de brechas para aventureiros, sem nenhum preparo ou compromisso com os reais interesses do povo ou com a própria democracia.

A melhora na qualidade de vida da população depende de políticas públicas acertadas e de políticos sérios.  Mas a qualidade da política também requer eleitores mais exigentes e preparados. E para que tenhamos esse eleitorado é preciso educação básica de qualidade.

José Pereira dos Santos

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 19 de setembro.

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