Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Viva o professor!

Tive infância muito pobre. Perdi cedo meu pai. Trabalhei desde pequeno, em carvoarias e na lavoura. Forçado pela necessidade de ajudar no sustento da casa, não pude frequentar escola. Só me alfabetizei quando adulto, no Mobral, já morando em Guarulhos, após migrar de Minas Gerais.

Apesar de só ter me alfabetizado adulto, esse aprendizado foi o que me deu base para fazer cursos, frequentar o Senai e ganhar a vida como metalúrgico. Mais me deu base para todos os passos seguintes da minha vida, inclusive na atuação sindical.

Conto essa história para reafirmar minha estima pela Educação. E para tornar público meu imenso carinho pelos professores e por todas as pessoas que se dedicam à nobre missão de ensinar.

A condição de dirigente sindical me possibilitou conhecer muitos países. E em todos, especialmente nos desenvolvidos, constatei apreço real aos educadores. Aliás, a questão da Educação não deveria ser ação de governos, e sim política efetiva e permanente dos Estados.

É comum hoje em dia se dizer que estamos na sociedade do conhecimento e que o saber, que forma profissionais e estimula a consciência cidadã, fará a diferença no desenvolvimento das Nações. Eu também penso assim. Por isso, acho que precisamos dar um salto de qualidade na questão do ensino e romper o atraso.

Observe que só em 2008 o professor obteve uma lei que assegura Piso salarial. Esse Piso está em R$ 1.451,00, que ainda é um valor baixo para uma função com tamanha responsabilidade. E, o pior, é que vários governadores de Estado ingressaram com ação no Supremo Tribunal Federal, querendo derrubar a lei do Piso.

Nos últimos anos, a questão da Educação ganhou espaço no debate político. E já existe um forte movimento entre estudantes, professores, intelectuais, sindicalismo e setores políticos progressistas pleiteando a aplicação pelo governo federal de 10% do Produto Interno Bruto brasileiro na Educação. A meu ver, num País em que milhões de Reais são jogados no ralo, por ações como as dos “mensaleiros”, investir 10% do PIB é o mínimo que um governo sério deveria fazer para a Educação.

O Brasil, se quiser ser de fato Primeiro Mundo, tem um caminho: é propiciar boa base educacional aos nossos alunos, estimular a consciência cidadã e oferecer ensino técnico de qualidade. No mundo competitivo e onde o conhecimento faz toda a diferença, isso será decisivo.

Professor - Na segunda (15), comemorou-se o Dia do Professor, data instituída pelo presidente Jango em 1963. Não poderia deixar passar essa oportunidade sem mandar um abraço fraterno a todos os educadores e dizer: é a qualidade da Educação que determina a força de uma Nação. Parabéns pela missão nobre que vocês levam adiante, mesmo ganhando salário injusto, acumulando aulas e enfrentando más condições de trabalho. Viva o professor!

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 17 de outubro.

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