Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Ouvir os trabalhadores!

Na democracia, os Poderes dialogam entre si e também com a sociedade.Esse diálogo, legítimo, faz bem a todas as partes e aproxima Estado e cidadão.

No Brasil, em regra, a sociedade tem mais acesso ao Legislativo. Com o Executivo, até por força dos anos de ditadura, esse acesso inexistia.

Nos últimos anos, o Executivo se abriu mais à sociedade, mas, aindaassim, de forma esporádica e seletiva.

No governo Lula, o Presidente criou e valorizou o chamado Conselhão,com representantes de toda a sociedade. Lula, até por sua notável experiência sindical, valorizava as conversas e entendia que governar também era ouvir os segmentos organizados.

Com Dilma, que tem um perfil mais técnico, de gestora, o diálogo perdeu força. E, pior, ficou seletivo. A Presidente tem falado pouco com os setores organizados e, quando toma a iniciativa, dá nítida preferência ao empresariado.

Dessa forma, a balança se desequilibra, pois o patronato tem oportunidade de expor seus pontos de vista, encaminhar reivindicações e obter o atendimento de seus pleitos. Já a representação dos trabalhadores não tem tido o mesmo tratamento.

Conhecimento - No segundo turno da eleição de 2010, Dilma recebeu das Centrais Sindicais o documento da Conclat, realizada em junho daquele ano, baseado na Agenda da Classe Trabalhadora. Essa pauta unitária, além das reivindicações trabalhistas, trazia também uma série de propostas voltadas para o crescimento econômico.

Naquela ocasião, a então candidata se comprometeu a debater essa pauta. Mas não cumpriu. Dilma tem conversado pouco com as Centrais Sindicais e empurrado as demandas para Gilberto Carvalho, ministro da Secretaria Geral da Presidência da República. Na prática, o governo não indicou um interlocutor com o sindicalismo. O certo seria atribuir essa tarefa ao Ministro do Trabalho em Emprego, mas isso não tem
acontecido.

Marcha - Essa postura de Dilma, naturalmente, gerou reações das Centrais, que se queixam da falta de diálogo em torno de reivindicações e propostas. Uma das reações será, justamente, a 7ª Marcha a Brasília, dia 6 de março, que deve reunir todas as Centrais, Confederações, Federações e Sindicatos, numa grande manifestação dos trabalhadores.

Com a Marcha a Brasília, o movimento sindical retoma as grandes manifestações, critica a falta de diálogo por parte do governo e expõe publicamente nossas demandas e propostas.

A grande luta efetiva que se trava no mundo, hoje, é entre o setor produtivo e o capital especulativo. O governo Dilma baixou os juros e adotou medidas que favorecem a produção. Os trabalhadores fazem parte do mundo produtivo. Portanto, não ouvir nossas entidades é, no mínimo, uma contradição do governo. É falta de sensibilidade, para não dizer falta de inteligência. 

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 6 de fevereiro.

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