Bons sinais na economia

A economia brasileira parece ter reiniciado a necessária e esperada retomada do crescimento. Há diversos indicadores, em várias áreas, que apontam nessa direção. Isso nos faz crer que 2013 será, de fato, um ano melhor.

Em Guarulhos, na base metalúrgica, registramos a criação de 685 empregos, em janeiro e fevereiro. Esse aumento, por dois meses consecutivos, não ocorria desde setembro de 2009. Do ABC e de outras regiões também chegam informações sobre o crescimento dos postos de trabalho.

Outros indicadores reforçam nosso otimismo. O próprio BNDEs informa a liberação recorde de empréstimos para o setor produtivo, com boa parte desses recursos para pequenas empresas. Já o instituto de pesquisas do jornal Valor Econômico, na análise do desempenho de 132 empresas de capital aberto, constatou aumento no faturamento e redução nos estoques.

Esses dados são fortalecidos por ações de impacto por parte do governo, como a redução das tarifas de energia elétrica e a recente desoneração de impostos sobre alimentos, muitos deles integrantes da cesta básica. Os preços no atacado já começam a cair, com chances de beneficiar o varejo, ou seja, a ponta do consumo.

O Brasil, em 2013, deve bater recorde na produção de grãos e outros alimentos. Isso fatalmente vai gerar aumento na oferta e, como a regra que vale é a da oferta e da procura, fica forte a tendência de queda nos preços finais, no bolso da população.

Pressões - Até aqui, o governo tem se mantido firme no controle da inflação, inclusive conseguindo com que Prefeituras adiem o aumento na tarifa do transporte coletivo. São Paulo e Rio, por exemplo, fizeram isso.

Essas medidas todas são benéficas, como também é muito importante a confiança do empresariado em investir, seja em negócios próprios, seja em parcerias com o governo em obras de infraestrutura.

Mas nem tudo caminha sem conflitos. Existem as pressões políticas, muitas delas espúrias, como também o lobby dos rentistas com a alegação marota de que, para conter eventual repique inflacionário, será preciso aumentar a taxa Selic. Ou seja, abrir caminho para aumento dos ganhos financeiros e especulativos.

O brasileiro sabe que juros baixos beneficiam a economia, as empresas produtivas, as pessoas e as famílias. Portanto, uma das nossas tarefas é fazer também pressão por aquilo que nos interessa. E o que nos interessa são juros baixos e crédito acessível ao cidadão e ao empreendedor. Mas o governo tem também de ser mais rigoroso na fiscalização, para que a redução dos juros se concretize no bolso do trabalhador. Por essa razão, a questão da redução dos juros e contra a farra especulativa é bandeira que une todo o movimento sindical e o setor produtivo. 

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 27 de março.