Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Eleições e protestos

Não é bom para os brasileiros que o debate sobre as eleições de 2014 sejam antecipados para 2013. E não é bom por muitos motivos. O principal deles é que o clima antecipado acirra os ânimos políticos, intensifica as disputas partidárias e acrescenta uma tensão desnecessária à vida nacional, ao ambiente econômico e aos negócios.

Setores partidários, com forte presença na grande mídia, vêm tentando antecipar esse debate. E a grande imprensa, que muitas vezes se comporta como um bloco político, põe lenha na fogueira. Essa tomada de posição acaba desviando o foco da real preocupação nacional, que é a retomada do desenvolvimento, com inflação sob controle, geração de emprego e distribuição de renda.

Se perguntarmos ao brasileiro, hoje, quais sãos as suas prioridades, a questão eleitoral vai ficar em segundo plano. As pessoas estão preocupadas com o que é mais concreto e próximo às suas necessidades. Portanto, as prioridades apontadas serão, com certeza, econômicas ou relacionadas à questão da segurança e saúde, que é uma preocupação efetiva de todas as famílias.

O movimento sindical está atento às movimentações políticas, entendendo que elas são legítimas e fazem parte do jogo democrático. Mas a preocupação central do sindicalismo é econômica e social. Ou seja, com os investimentos, o emprego, o salário, a renda, os direitos e a busca de ganhos reais para as categorias representadas.

Tanto é verdade que, neste momento, dois fatos se destacam na mobilização do sindicalismo. Um é encontrar meios de buscar a recomposição das perdas do Fundo de Garantia (FGTS). Outro é impedir o avanço da terceirização, que, caso se efetive, agravará em muito as condições de trabalho, dando legalidade ao capitalismo selvagem, num País onde a Constituição estabelece que a propriedade tem função social.

Estamos chegando no segundo semestre. É uma época de grandes campanhas salariais, de metalúrgicos, bancários, químicos, têxteis e outras categorias numerosas e de peso na economia. O foco do sindicalismo estará nas campanhas, buscando ganhos reais e a ampliação dos direitos das bases representadas.

O debate político deve ser permanente. As disputas partidárias são dinâmicas e acontecem no ritmo da vida real. A busca de maior espaço político ou na própria imprensa é legítimo. Mas não é sensato antecipar a disputa eleitoral, porque isso traz tensão e insegurança para a economia.

Protestos - Sou da geração que foi às ruas contra a ditadura e a carestia, pela anistia, por Diretas-Já e no movimento Fora Collor. Milhões de brasileiros se integraram àquelas jornadas cívicas e patrióticas. Nada foi quebrado. Não houve tumulto. Fizemos tudo de forma organizada e pacífica. Quem tem razão não exagera. Até porque a razão se impõe pela própria força. 

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 12 de junho.

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