Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Salários e mercado interno

Desde os anos 80, o movimento sindical defende o fortalecimento do mercado interno. E defende que um dos pilares desse mercado é o poder de compra dos salários.

Nos anos de inflação disparada, muitos planos econômicos, especulação financeira desenfreada e arrocho salarial brutal, a começar pelo achatamento do salário mínimo, não foi possível consolidar esse mercado.

Após o controle da inflação e, depois, com a superação do projeto neoliberal, foi possível começar a caminhada de recuperação do poder de compra dos salários. Essa recuperação vem acontecendo de duas formas, ou seja, a própria conquista de aumentos reais pelas categorias profissionais e a política de recuperação do salário mínimo.

Paralelamente aos aumentos de salário, as Centrais Sindicais defenderam junto aos governos a ampliação do crédito. No Brasil de antigamente, bancos só emprestavam para quem não precisava. Hoje, com o empréstimo consignado em folha e outras facilidades de acesso ao dinheiro, o crédito passou a ser rotineiro na vida das pessoas, ajudando a impulsionar o consumo. E, com isso, a impulsionar também o mercado interno.

No sindicalismo, a melhoria do poder de compra dos trabalhadores do setor privado está se dando de duas formas, basicamente. Pelo aumento real de salários nas datas-bases e por meio da ampliação dos ganhos de PLR – Participação nos Lucros e/ou Resultados das empresas.

Bancários - Antes de falar da categoria metalúrgica, cito o caso recente da greve dos bancários. Após 23 dias de paralisação, os 512.835 trabalhadores em estabelecimentos bancários firmaram acordo com ganho nos Pisos, nos salários em geral, na PLR e em benefícios específicos da categoria. A soma disso tudo significa um aporte de R$ 8,7 bilhões na economia nos próximos 12 meses.

Metalúrgicos - Nós, metalúrgicos, acabamos de fechar acordos coletivos para os quase 800 mil trabalhadores do setor filiados à Força Sindical. Conseguimos aumento de 8% (cerca de 2,3% de real) e pagamento de abonos de 20 a 22% dos salários. Estamos ainda totalizando os ganhos. Mas a soma será, sem dúvida, um valor de impacto real no poder de compra. Ou seja, impacto no mercado interno.

Há muitas vantagens em se ter mercado interno forte. A primeira, naturalmente, é o aumento no poder de compra das famílias. A segunda é que País com poder de compra atrai negócios e investimentos - fábricas, empreendimentos comerciais, construção civil e serviços. Isso alimenta todo o ciclo econômico.

A massa salarial dos brasileiros em relação ao PIB ainda é baixa, se comparada à situação dos países mais desenvolvidos. Mas os avanços têm sido reais. E boa parte desses avanços se deve à força da ação sindical.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 22 de outubro

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