Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Valor do voto

Diversas pesquisas, de institutos diferentes, têm captado forte intenção do eleitorado em votar branco ou nulo nas próximas eleições. Sem causa específica, a rejeição ao direito de votar parece estar relacionada a um sentimento difuso de descrença na política.

Interessante (e menos mal) é que um desses institutos, o Datafolha, apurou haver aumentado o apoio dos brasileiros ao regime democrático. Ou seja, a relutância em comparecer às urnas não é rejeição à democracia, indicando ser mais uma crítica aos maus costumes políticos.

Parte da grande mídia, de modo malicioso, vem alimentando o sentimento contra o voto. Considero isso um erro. E erro perigoso, pois acende reações contra a política, sem garantir que, daqui a pouco, esse sentimento não será também contra a democracia.

Penso que nossa atitude deve ser o oposto. Devemos valorizar o voto, enfatizar que se trata de uma conquista civil e estimular o voto consciente. O voto não foi dado ao povo por algum iluminado. Ao contrário. É conquista das lutas cidadãs.

A ditadura cassou o voto. Durante muitos anos, não pudemos escolher governador de Estado, prefeito de Capital, de estância hidromineral ou balneário e presidente da República. A eleição para governador só foi restabelecida em 1982. A de presidente só veio em 1989, após muita pressão social e como resultado da campanha pelas Diretas Já.

Tudo o que se conquista passa a ser direito. E direito não se joga fora. Nenhuma pessoa, em sã consciência, abre mão de um direito- civil, consumidor ou trabalhista. O mesmo se aplica ao voto. O voto é um direito do eleitor de escolher legisladores e governantes e de, também, expressar sua visão de mundo.

Sindicalistas integram os formadores de opinião. Por isso, penso que é nossa tarefa cívica, neste ano, valorizar o voto, massificar a ideia de que se trata de uma conquista e mostrar que votar de forma consciente trará melhorias coletivas.

Nossa democracia está sendo aperfeiçoada. Temos de corrigir muitos desequilíbrios, como, por exemplo, a desproporção esmagadora da bancada empresarial em relação à dos trabalhadores. Não votar significará deixar tudo como está. Vamos usar o voto para tornar nosso Congresso mais representativo do Brasil real.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 21 de maio de 2014.

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