Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Formação de líderes

Em todos os setores, o líder é essencial. Da organização mais simples à mais complexa, a figura do líder é decisiva para o avanço das instituições e dos povos.

Quando uma empresa forma um líder ela sabe que obteve um ganho efetivo para sua sobrevivência e expansão. Numa entidade de classe, igreja ou partido, a consolidação de uma liderança é sinal seguro para a força dessas organizações, seu crescimento e sua respeitabilidade perante o mercado, os adeptos, a categoria e coletividade em geral.

O líder não tem poderes de super-homem, mas ele é o articulador da unidade e o construtor das convergências. Nos momentos de impasse e ante a necessidade de tomar decisões, sua credibilidade e firmeza orientam e dão a segurança necessária para o grupo ou a organização.

Em todas as áreas da atividade humana, a política é a mais difícil de gerar um líder, esmerar seu potencial, consolidar sua posição e torná-lo respeitável para além do grupo – ou do partido – a que ele se filia. Construir esse líder é um processo complexo e minucioso. Perder o líder é uma tragédia.

É tragédia, portanto, a perda de Eduardo Campos, dirigente do PSB e candidato à Presidência da República. O candidato socialista, ao reunir a tradição política herdada do avô Miguel Arraes com uma concepção modernizadora da política e do Estado, abria novos horizontes para o País. Suas qualidades eram concretas, de tal modo que o ex-presidente Lula o admirava e articulava para que Eduardo fosse o continuador de um projeto popular de política, governo e poder.

O Brasil tem tido dificuldades de formar lideranças sólidas, qualificadas e progressistas. Uma geração brilhante foi liquidada pela ditadura, deixando um vazio na política, na educação, nas ciências e em outros setores. Essa perda produziu um grande atraso, que nos custa muito caro, pois o lugar da vanguarda lúcida acaba ocupado pela mediocridade e o oportunismo rasteiro.

Eu dirijo a Secretaria Nacional de Formação Sindical da Força Sindical. Nessa tarefa, tenho percorrido o Brasil promovendo cursos e oficinas de formação sindical, política e cidadã. Há muita vontade entre os participantes desses cursos e noto dirigentes com potencial para se destacar. Mas a construção de uma liderança é complexa e repleta de dificuldades.

A morte trágica de Eduardo Campos gera um forte abatimento entre nós. E nos alerta para a necessidade de investir, estimular, apoiar e buscar, sem descanso, a descoberta de talentos e potenciais. Precisamos do povo mobilizado e consciente. Mas é imprescindível que isso ocorra sob o comando de líderes. A existência do líder e o reconhecimento de sua autoridade propiciam um salto de qualidade nas ações, métodos e na caminhada em busca dos objetivos.

Perdemos um grande brasileiro. Mas não podemos perder o compromisso de formar líderes em todos os setores da vida nacional, porque isso vai definir a qualidade do País que estamos construindo e construiremos.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 20 de agosto de 2014.

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