Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Desafios dos partidos


Vivemos uma época de desgaste das instituições. O sintoma é geral, mas se manifesta com mais força na política. É o que revela recente pesquisa, segundo a qual mais de 75% dos brasileiros manifestam indiferença ou antipatia por partidos.

O desgaste mais forte ocorre entre os jovens. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, nos últimos sete anos, houve queda de 56% no número de jovens filiados a partidos. Em 2009, havia 300 mil, de 16 a 24 anos, filiados. Em 2015, o número caiu para 132 mil.

E não é a um único partido. O desgaste afeta, em cheio, as siglas principais. Segundo o TSE, o PT perdeu 60% dos jovens; PMDB, 59%; PSDB, 51%; PDT, 53%; e PP, 49%. A média da queda está em 56%.

Tal desligamento da vida partidária é sentido nas eleições, que assistem ao crescente distanciamento do eleitor. Veja o caso dos eleitores-adolescentes que deixaram de votar, entre 2010 e 2014: o índice chegou a 31%, informa o Tribunal. O alistamento eleitoral de jovens também diminuiu.

Estudiosos tentam entender o esvaziamento partidário e há quem aponte uma espécie de migração para as redes sociais. Muitos jovens estariam enxergando nas redes um espaço que não encontrariam nos partidos. Além do que, observa um analista do tema, as redes possibilitam atuação e militância permanentes.

Ante essa situação, os partidos estão frente a desafios. Um deles é saber o que hoje motiva pessoas, o que as mobiliza, o que faz alguém se engajar numa causa? A resposta que já se conhece é a de que as pessoas tendem a se mobilizar por objetivos de curto prazo. Por exemplo: melhorar as condições de transporte.

Tudo na vida tem ciclo. Os partidos vivem a fase de declínio implícita em todo ciclo, seja biológico, seja social. Ante a decadência física, não se pode fazer muito. Porém, é possível agir frente ao desgaste social e institucional. Se os partidos mostrarem vontade de renovação pessoal, de métodos e de objetivos, certamente serão de novo atraentes.

Não existe democracia sem partidos. Com partidos fortes, a democracia é uma; com partidos desgastados, a qualidade da representação democrática também decai. Por isso, o esvaziamento partidário tem de ser encarado com preocupação, por todos. A começar pelas próprias direções partidárias e políticas, entre as quais me incluo, pois sou dirigente do PDT municipal.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail:
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Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 8 de julho de 2015.

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