Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
Telefone (11) 2463.5300 / E-mail sindicato@metalurgico.org.br

 


As razões da crise



A Constituição de 1988 mudou o Brasil. A chamada Constituição Cidadã restabeleceu o Estado de Direito e fixou que o Estado passaria a ter mais obrigações sociais. Entre elas, destaco o Sistema Único de Saúde (SUS) e a obrigatoriedade de investir em Educação 25% do orçamento dos Estados e Municípios.

Não foi só isso. Com o Plano Real, nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique, o Brasil estabilizou a economia. Venceu a inflação e colocou fim aos chamados planos econômicos, que trocavam moedas, inventavam tabelas, arrochavam salários e desorganizavam a economia.

No segundo governo Lula, o País cresceu e promoveu inclusão social, aumento real do salário mínimo, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Prouni, o reconhecimento das Centrais Sindicais e outros programas que elevaram o padrão de renda ou ajudaram a melhorar a qualidade de vida da população.

Nos governos da presidente Dilma, infelizmente ela se desviou dos trilhos, passando a governar novamente para os banqueiros, ou seja, para a exploração financeira. O SUS é eficiente e atende às necessidades da população? A educação brasileira é de qualidade e atende ao anseio da sociedade? Não, e por falta de gestão e má administração.

Dilma abandonou o diálogo social que havia sido construído por Lula, e optou por uma equipe econômica de sustentação ao capital especulativo. Com isso, gerou maior insatisfação da população, ocasionada pela corrupção e falta de planejamento deste governo.

Onde o Brasil não mexeu, pouco fez ou fez mais devagar do que devia? Nos gargalos da infraestrutura - portos, estradas, aeroportos, ferrovias etc. Mudanças ou investimentos nesses setores têm custo alto e resultado de médio prazo. Ainda que os governos façam alguma coisa, a percepção pela sociedade não é imediata, pois os reflexos na economia não ocorrem de uma hora pra outra.

E onde o Estado mais falhou? Falhou na prestação de serviços. As mesmas pessoas que tiveram melhora no padrão de vida passaram a exigir mais qualidade nos serviços públicos, eficiência dos governantes e transparência. Essa é hoje uma das razões da insatisfação popular.

O Estado moderno enfrenta um paradoxo: se é pequeno demais não atende às demandas, se é grande demais se torna caro, é difícil de ser fiscalizado e fica mais vulnerável à corrupção. A redução de ministérios teria pouco efeito prático, mas já seria um sopro na ferida.

O Brasil precisa sair do impasse, retomar o caminho do crescimento econômico e melhorar os serviços prestados à população. Isso não é fácil e também não é tarefa para um único governo. Mas as providências precisam ser tomadas, e logo, se não o rejeição popular só crescerá.

A presidente Dilma, que havia se revelado eficiente gerente do PAC, tem se mostrado uma governante estreita, travada e isolada. Baixa medidas contra os mais pobres, propicia ganhos exorbitantes aos especuladores e não dialoga com a sociedade, especialmente as entidades do movimento popular. Em vez de ajudar a resolver a crise, seu comportamento agrava a crise. Seu desgaste tem razão de ser.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail:
pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 19 de agosto de 2015.

Voltar Topo Enviar a um amigo Imprimir Home
Receba nosso boletim: Nome Email