Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Por que indústria forte!



Há décadas, o Brasil tenta reestruturar nosso parque industrial. Mas não tem tido sucesso. Desde os anos 80, essa queda se acentua. Tivemos um respiro no governo Lula, com resultados mais efetivos na indústria naval e petroleira e também no agronegócio.

Mas o crescimento não se sustentou. Pior, sofreu um duro golpe com o “petrolão”, afetando não só a Petrobras, como também gigantes da construção civil. A Petrobras, sozinha, tem impacto em 12% do PIB nacional. É gigante não só em tamanho, como em tecnologia e inovação.

O Brasil é o único país do Hemisfério Sul a dispor de um parque industrial potente. Mas não chegamos a esse patamar por obra do destino. Ao contrário. A criação da base industrial demandou duras lutas. O exemplo emblemático é a criação da Petrobras, em 1953, combatida pelos opositores de Getúlio Vargas.

Os conservadores (muitos deles fazendeiros de café ou criadores de gado, com força no Congresso e na mídia) alegavam que nossa vocação era agrícola. Getúlio levou quase 10 anos pra conseguir a usina de Volta Redonda, cujo aço forjou os alicerces do nosso parque fabril. Não fossem essas iniciativas, seríamos ainda hoje uma espécie de Paraguai de dimensões continentais.

País com indústria forte integra o clube das potências, tem voz na OMC, no Banco Mundial, no FMI e em outras instâncias internacionais de peso, inclusive na ONU. Passa a ser protagonista e a debater os grandes negócios mundiais. Mais que poder econômico, obtém influência política.

Nosso País precisa enfrentar esse jogo pesado e romper o círculo vicioso da exportação de commodities. Para isso, mais do que um plano industrial, precisamos de um projeto para o Brasil. Afinal, não haverá indústria forte e competitiva, se não formos eficientes também em tecnologia, logística, energia e na educação de qualidade, especialmente a técnica. A par disso, precisamos de uma nova estrutura tributária, que não pese tanto sobre o setor produtivo. E, claro, a urgente redução dos juros, que estão fazendo a alegria dos banqueiros, enquanto estrangula o setor produtivo.

Como sindicalista, sei que os melhores empregos são gerados na indústria, que também paga, na média, os melhores salários. Portanto, o fortalecimento do segmento industrial tem impacto direto na vida dos trabalhadores e no mercado interno, pois a massa salarial mais elevada potencializará o poder de compra, fazendo girar a roda dos negócios e da economia.

No Brasil de hoje se debate de tudo e todo mundo tem opinião sobre tudo. Mas eu não vejo ideias, projetos e inciativas efetivas em prol da indústria. Mesmo no Congresso Nacional, onde se deveria debater o País, não se vê iniciativa concreta em prol da indústria nacional. Tem muito discurso, e pouco além disso.

O Brasil já venceu muitos desafios; também já perdeu grandes oportunidades de progredir. Deveríamos aproveitar a crise atual para travar um debate honesto sobre a indústria, apontando meios efetivos para sua expansão. Reafirmo: trata-se de um debate técnico e político, pois só haverá indústria forte se existir também um projeto nacional de desenvolvimento.

Pacote - Lamento, mais uma vez, a posição da presidente Dilma que vem com mais um pacote de arrocho contra os trabalhadores e prejudicando mais uma vez a indústria. Fez isso sem discutir com os sindicalistas e empresários, dando mostra de um autoritarismo que não nos leva a lugar algum.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail:
pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 16 de setembro de 2015.

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