Sindicato assegura benefícios
e estabilidade na Maxion
Foi uma negociação demorada e exaustiva. O resultado final é positivo

Pereira, Cabeça, assessores do Sindicato e companheiros da Maxion durante aprovação dO pacote de benefícios. Foto: Carlos Salles

Após várias semanas de negociações, depois de assembleias na fábrica e muita pressão dos companheiros, foi fechado o pacote de benefícios para os 550 funcionários da Maxion (antiga Borlem).

A fabricante de rodas automotivas, localizada no Itapegica, vai transferir parte da produção para planta na cidade de Cruzeiro, até o final do ano. Com isso, encerrará as atividades em Guarulhos, onde se encontra há 57 anos.

A aprovação ocorreu na tarde desta segunda (18). O Sindicato coordenou todo o processo de negociação e dirigiu a assembleia decisiva. Nosso presidente José Pereira dos Santos afirma: “O Sindicato fez de tudo pra conseguir condições mais vantajosas aos companheiros. Considerando-se a crise que afeta o País, fechamos um acordo digno”. E completa: “Tenho a consciência do dever cumprido. Mas não estou satisfeito. Estaria feliz se o Brasil estivesse crescendo, com emprego e renda para todos”.

Bases - O acordo aprovado estabelece: PDV - Plano de Demissão Voluntária, estabilidade aos que ficarem, aos que forem aproveitados nas duas plantas da Maxion e pagamento de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados), além de outros benefícios. Alguns trabalhadores poderão ser ocupados em Cruzeiro e Limeira, ambas no Interior de SP.

Durante todo o processo de negociação, nosso vice-presidente Josinaldo José de Barros (Cabeça) teve atuação decisiva. Ele é funcionário da empresa. Teve, também, participação importante a comissão de fábrica formada por nove funcionários, de vários setores.

Cabeça e Pereira comandam assembleia

Cabeça conta: “Fizemos mais de seis reuniões com a direção da fábrica, até chegar a um acordo considerado bom para os trabalhadores. A proposta apresentada na assembleia teve só dois votos contrários, sinal de que fizemos uma boa negociação”.

Além de Pereira e Cabeça, participaram da assembleia o diretor Josete Machado Filho (Pepe) e os assessores Sandro, Chitão e Elizeu Cipriano de Paulo, que foi funcionário da Maxion, onde se aposentou.

Como ficou - Veja os termos do acordo:

PDV - Quem aderir ao Plano de Demissão Voluntária usufruirá seis meses de convênio médico e seis de cesta básica. Cada companheiro dispensado receberá seis salários nominais, se hoje tiver salário de até R$ 9.000,00; receberá cinco salários nominais o funcionário que ganha de R$ 9.001,00 a R$ 10.000,00; já quem recebe acima de R$ 10 mil fará jus a indenização quatro salários. A adesão ao PDV pode ser feita de 19 a 30 de abril.

Verbas - O acordo não exclui o pagamento das verbas rescisórias, porque elas são asseguradas em lei. O que Sindicato conseguiu foi agregar vantagens e indenizações acima do que a legislação estabelece.

Transferência - Funcionário que optar pela transferência para Limeira ou Cruzeiro terá 45 dias de moradia em hotel, somente para ele, com um dia livre por semana a fim de encontrar residência. O dia livre não será descontado. Também terá direito a uma viagem de ônibus no final de semana para visitar a família ou reembolso de R$ 0,60 por quilômetro rodado, mais o pedágio (se viajar em condução própria). A mudança para Limeira ou Cruzeiro será custeada pela empresa.

Esse funcionário terá 12 meses de garantia de emprego ou salário, a partir da data da transferência. Além disso, empresa vai fornecer auxílio-aluguel no valor de R$ 7.000,00, a ser pago na transferência definitiva do funcionário. “Essas vantagens foram negociadas pelo Sindicato”, esclarece nosso diretor Cabeça.

PLR - O acordo garantiu pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados referente a 2016. Será de R$ 4.200,00, ou seja, 5% acima do valor pago no ano passado. A primeira parcela, em junho, garante R$ 3.000,00 a cada companheiro. O restante (R$ 1.200,00) sai em dezembro.

Emoção - Cabeça se emociona ao falar do encerramento da antiga Borlem. “Foi aqui que me formei profissionalmente e comecei na vida sindical. Sempre com meus companheiros de fábrica, realizamos várias lutas vitoriosas, como pagamento de PLR e restaurante”, ressalta Cabeça.

Pereira relembra lutas históricas na empresa: “Cheguei a ser preso em uma assembleia na porta da fábrica. Aqui, sempre tivemos muito apoio dos trabalhadores. Muitos companheiros deles fazem parte da história do Sindicato, desde a fundação em abril de 1963”.

Estabilidade - Ainda resta uma questão pendente. Ela diz respeito aos funcionários que têm estabilidade, como cipeiros, funcionários em vias de aposentadoria, portadores de doenças ocupacionais e outros. Semana que vem haverá reunião dos companheiros no Sindicato, a fim de tratar da pendência.

Jurídico - O advogado Marcílio Penachioni, que responde pelo Departamento Jurídico do Sindicato, informa a respeito desse encaminhamento: “Vamos analisar caso a caso ou de grupos que se encontrem na mesma situação”. O objetivo é assegurar o máximo de garantias e benefícios a esses trabalhadores.

Vídeo - Presidente Pereira e vice Cabeça falam de lutas e conquistas na fábrica que está há 57 em Guarulhos e encerra a produção no final do ano. Belas histórias de um Sindicato atuante e de trabalhadores valorosos. Assista!