Lutar contra a desinformação
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Josinaldo José de Barros (Cabeça) |
Hoje em dia se diz que vivemos na sociedade da informação. Seja por meio da grande mídia, das redes sociais e até pelo nosso celular, a informação bate na nossa porta 24 horas por dia.
Porém, a pergunta é: que tipo de informação a grande mídia nos traz? E que tipo de informação é negada? E por que as coisas acontecem assim?
Cito três exemplos de como as coisas funcionam, gerando desinformação.
SUS - Sistema Único de Saúde. O SUS é apedrejado pela mídia. Mas poucos informam que ele é o maior sistema de saúde pública do mundo, que toda doença crônica (como o câncer) - ou transplante - é paga pelo SUS, ainda que o paciente se trate num hospital de ricaços. Sem o SUS, não haveria o Programa de Saúde da Família, que presta grandes serviços à população mais pobre.
JUROS - O Brasil pratica o maior juro real do mundo. Quem ganha com isso? Ganham os bancos e os especuladores. Quem perde? Perdem o Estado, o setor produtivo e o povo. Veja: em 2015, o Orçamento da União foi de R$ 2,268 trilhões. Desse total, o Brasil gastou 42,43% em juros e amortização da dívida interna. Mas a Previdência - que agora é a culpada de todos os males - consumiu 22,69% do orçamento. E a defesa nacional, num País Continental como o nosso? Custou só 1,4% do orçamento.
EDUCAÇÃO - Pela Constituição, os governos devem gastar no mínimo 25% da receita com Educação. Recentemente, o Brasil aprovou que parte dos recursos do pré-sal (Lei André Figueiredo-PDT/CE) iria para a Educação - agora, com a privatização do pré-sal, essa conquista cai por terra.
A manipulação da informação nega ao cidadão um direito assegurado na Constituição. A manipulação também impede a pessoa de formar um juízo isento sobre as questões, distorcendo sua própria visão de mundo. Há muitos modos de violência - negar informação, falsear fatos e manipular consciências são também formas de violência, ainda que em doses homeopáticas.
Sindicalismo - O movimento sindical tem lutado contra os juros altos, a reforma da Previdência, a quebra de direitos, o corte em investimentos sociais. É nossa forma de dizer não à manipulação e de repudiar a política neoliberal. É nossa forma, também, de dizer que é possível construir um mundo mais justo e equilibrado e que há outros caminhos para o Brasil, que não sejam a recessão, o desemprego, o arrocho e a exclusão social.
Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 19 de outubro de 2016.