Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Sindicalismo sob ataque

O movimento sindical é uma construção histórica da classe trabalhadora. Praticado e dirigido por homens e mulheres de carne e osso, ele reflete os acertos, erros, expectativas e as esperanças dessa classe, nesse estágio da história.

Mas eu digo, com tranquilidade, que temos um saldo positivo. Nos últimos 100 anos, em todos os momentos, o sindicalismo brasileiro foi uma força viva e avançada. Nosso movimento sempre se postou na linha de frente das lutas democráticas, das demandas por uma ordem econômica mais justa e na busca de inclusão social.

Por essa postura e esses compromissos, o sindicalismo tem sido uma força importante para a paz social e equilíbrio entre capital e trabalho. As reivindicações, as lutas, os confrontos e as negociações formam um sistema de contrapeso à voracidade do capital, reduzindo a concentração violenta de renda e o agravamento das diferenças sociais.

Temos um legado para as gerações de trabalhadores e o próprio País. Mas - é dever alertar - esse legado corre risco. Esse risco está implícito na drástica reforma trabalhista imposta pelo grande capital a um governo fraco e a um Congresso sem moral. Em síntese, esses reformistas querem trocar a base legal, que equilibra o mercado de trabalho, pela prevalência do negociado, à margem da lei, acima da CLT e das próprias Convenções Coletivas das categorias.

Observe que tudo isso ocorre no momento de maior desemprego de nossa história, em meio a uma dramática recessão econômica e ante um governo ilegítimo, cercado por graves denúncias de corrupção. Ou seja, na pior hora pra se buscar reformas, especialmente uma reforma que joga todo o custo nos ombros da classe trabalhadora e faz amplas concessões ao capital.

Metalúrgicos - É nessa grave conjuntura que toma posse a diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Esse valoroso grupo de companheiros e companheiras enfrenta o desafio de lutar por empregos, defender salários, cobrar respeito às condições de trabalho e de se opor ao corte de direitos.

O padrão civilizatório de uma Nação pode ser medido por vários critérios. Um deles é a forma com que são cuidadas as crianças; outra, de que modo são tratados os idosos; outra medida, ainda, é a condição da mulher. Mas vivi o suficiente para saber, também, que o padrão de relações entre capital e trabalho define a condição econômica, social e moral dessa Nação.

Por isso, digo que a agressividade dessa reforma trabalhista atenta contra o próprio padrão civilizatório. Portanto, é nosso dever denunciar a agressão e nos opor a seus efeitos nocivos. Esse não é o único, mas passa, neste momento, a ser o principal compromisso da diretoria União e Ação, que tenho a honra de presidir.


José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje do dia 26 de julho de 2017.

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