Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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A exclusão social é que custa caro


Para certos governantes, o problema de um país é o seu povo. Os governantes neoliberais vão mais além: para esse tipo de governo, o povo custa muito caro. Por isso, transferem a áreas privadas setores que são de responsabilidade do Estado. Também reduzem ou mesmo eliminam políticas públicas, especialmente aquelas que ajudam a reduzir a exclusão social.

Além de conservadora e alinhada aos interesses privados (do grande capital, principalmente), essa gente é elitista, preconceituosa e tenta tampar o sol com a peneira. Veja que hoje nem falam mais favela, e sim comunidade. A favela, na verdade, é habitada por gente simples, cuja imensa maioria é de trabalhadores. O que o povo excluído quer é educação, emprego, oportunidades e inclusão social. Mas a mídia, de forma cínica, propaga a mudança de nome como se isso melhorasse a condição social daquele povo.

Não contentes em cortar investimento social, reduzir políticas de inclusão e passar para setores capitalistas serviços que são de responsabilidade dos governantes, as reformas neoliberais tentam interferir em áreas privadas, como na relação capital-trabalho. É o que acontece, neste momento, com a reforma trabalhista.

Essa reforma vai muito além de cortar direitos, flexibilizar e precarizar as condições de trabalho. A nova lei trabalhista desarticula as organizações sindicais, ao cortar a fonte de custeio; ela também mexe na Justiça do Trabalho. Essa mudança desestimula o trabalhador de recorrer à Justiça, até porque agora existe o risco da pessoa que perder o processo ter de pagar multa.

Outro exemplo vem dos planos de saúde privados. O ministro da Saúde, cuja família é ligada a uma operadora de medicina de grupo, quer autorizar aumento para pessoas acima de 60 anos. Ora, o aposentado brasileiro ganha uma miséria. Hoje, o reajuste anual de um plano está em torno de 20%. Como o aposentado vai conseguir arcar com um reajuste desses? Não vai. Ele acabará excluído e empurrado para as filas do (precário) serviço público de saúde, onde a capacidade de atendimento é muito inferior à demanda.

Conheço vários países. Afirmo que os mais atrasados são justamente aqueles que abandonam o povo à própria sorte, restringem serviços públicos e cortam políticas de inclusão social. O Brasil de Temer enveredou por esse caminho e nosso futuro ficou seriamente comprometido. Precisamos, portanto, enfrentar essa conjuntura e redirecionar nosso Brasil.

PAPA - Muito me honra o convite da Força Sindical para representar a Central em audiência com o Papa Francisco, em Roma, no final do mês. O Papa tem sido uma voz corajosa em defesa dos mais fracos e vem condenando, com autoridade, os ataques aos direitos sociais, das pessoas e dos povos.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje do dia 15 de novembro de 2017.

 
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