• 2/5/2018 - quarta-feira

Duas datas com a marca da esperança

Esta semana registra duas datas importantes para os trabalhadores, especialmente à nossa categoria profissional. A primeira é 30 de abril, que marca os 55 anos de fundação do nosso Sindicato. A segunda é o Dia do Trabalhador, 1º de Maio.

Essas duas datas nasceram sob o signo da esperança. Nosso Sindicato, fundado em 30 de abril de 1963, nasceu da esperança daqueles metalúrgicos em poder se organizar, ter autonomia e buscar dias melhores.

E o 1º de Maio, acima de todas as datas, traduz as bandeiras da classe trabalhadora mundial por trabalho decente, renda e justiça social.

A vida da classe trabalhadora sempre foi dura. Mas vive uma fase especialmente difícil ante a crise econômica mundial e a onda de ataques aos direitos trabalhistas e sociais. Por isso, este ano, o aniversário do Sindicato e também o Dia do Trabalhador, em 1º de maio, tiveram como eixo central as ideias de unidade e resistência.

A categoria metalúrgica enfrenta uma grave crise. Primeiro, somos afetados pela crise econômica geral. Segundo, sofremos os efeitos dramáticos da recessão econômica prolongada, do desemprego crescente, da precarização dos empregos e do ataque a direitos.

Sobre o 1º de Maio deste ano, relaciono alguns fatores que nos dizem respeito diretamente: 1) O desemprego cresce; 2) Os direitos trabalhistas são duramente atacados pela nova lei de Temer; 3) Os empregos gerados são quase todos informais, pagando no máximo até dois salários mínimos; 4) Vivemos uma grave crise política, com um cenário eleitoral totalmente incerto.

Apesar de tudo, é preciso manter o pé no chão, a cabeça erguida e alimentar nossas esperanças, porque, sem esperança, as pessoas se entregam e não lutam.

Nesse sentido, considero muito importante o evento que nosso Sindicato realizou dia 27, no colégio Eniac, para debater o desenvolvimento de Guarulhos. Reunimos sindicalistas, lideranças religiosas, segmentos empresariais e o Dieese. Num clima democrático e fraterno, fizemos um bom debate e apontamos rumos.

Existe crise econômica, política, social e moral em nosso País. Entendo que a classe dominante brasileira, por ser o centro gerador dessas crises, não tem condições de apontar saídas. Defendo, portanto, que a sociedade se una, se organize e aponte propostas para a cidade e o País.

A esperança não pode ser apenas um sentimento difuso. Ela fica mais forte quando as pessoas se unem e definem objetivos. Esse é o nosso desafio: somar a esperança de cada um numa força social solidária e transformadora.

José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e Secretário nacional de Formação
da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br