Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 13/11/2019 - quarta-feira

A responsabilidade de Lula Livre

Tenho muito respeito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de ser um sindicalista histórico, ele comandou dois mandatos presidenciais com lucidez e senso de justiça. Seus governos foram de geração de empregos e ampliação dos direitos dos trabalhadores, da cidade e do campo.

Quando Lula foi preso, me alinhei àqueles que consideraram a prisão injusta e sem provas. Portanto, quando o Supremo determinou sua soltura, sexta (8), fiquei feliz e vi ali uma possibilidade de o Brasil retomar a normalidade democrática e o caminho do crescimento.

Mas confesso que não gostei do discurso de Lula, seja na sua saída da PF em Curitiba, seja no dia seguinte, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Compreendo que esteja revoltado com a prisão e a campanha pesada promovida por seus adversários. Mas entendo que ele deveria ter dado a volta por cima.

Em vez de polemizar com Bolsonaro, bater em Moro e criticar a Rede Globo, penso que Lula deveria ter se portado como estadista e anunciado sua disposição de comandar um amplo diálogo nacional, buscando um entendimento efetivo contra o neoliberalismo e em torno do desenvolvimento nacional.

Polemizar e polarizar com a direita é tudo o que o Brasil não precisa. Lula tem biografia, está acima dessas polêmicas. Penso que, na construção desse entendimento nacional, ele deveria ter denunciado o clamoroso desemprego, a exclusão social, as reformas governamentais contra os mais pobres e defendido a volta do crescimento. O povo quer emprego, saúde, segurança, educação e bons serviços públicos. Essa é a pauta verdadeira, que une e mobiliza a Nação e isola a direita radical.

Respeito muito o companheiro Lula. Mas o PT deve mudar alguns conceitos, pois o Partido se ilude e acha que a soltura de Lula muda a correlação de forças no País. Altera, mas não muda. Pra que essa mudança aconteça e o povo volte a se mobilizar em torno das teses populares e progressistas, não basta criticar. É preciso criticar, mas com o cuidado de apresentar propostas e propor rumos pra nossa Nação.

CADÊ O EMPREGO? - A lei trabalhista de Temer completou dois anos dia 11. Ela praticamente desmontou a CLT, mediante a promessa de que as novas regras gerariam cinco milhões de empregos. Mas aquela promessa era mentirosa. O que a gente vê é aumento do desemprego, precarização do trabalho e mais miséria. As reformas que melhoram o Brasil são as de base, propostas pelo Presidente Jango ainda em 1963. Essas, sim, mudariam o País e fariam do Brasil uma potência.

José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical

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