Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 23/4/2020 - quinta-feira

Ditadura nunca mais!

Infelizmente, há brasileiros que clamam por uma ditadura. A minoria apoia mesmo um regime autoritário. Mas a maioria o faz por acreditar num passado feliz que nunca existiu. O presidente Bolsonaro, que devia agir com bom senso, discursa no ato pró-ditadura e joga gasolina na fogueira.

Os fatos.

Primeiro: é mentira que Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal engessam o governo. Bolsonaro aprovou quase tudo o que quis até agora no Congresso. É o caso da reforma da Previdência, que reduz o valor dos benefícios e faz com que a pessoa trabalhe mais tempo e receba menos.

Segundo: não é verdade que havia segurança e tranquilidade. Ao contrário. O inchaço urbano acelerado empurrou os pobres pra favelas e cortiços, degradou a vida humana, agravou as condições sanitárias e fez explodir a violência. É da época da ditadura a criação dos esquadrões da morte, cujas vítimas eram os pobres e marginalizados.

Terceiro: havia emprego de sobra. É meia verdade. As grandes obras (Itaipu, ponte Rio-Niterói, Ilha Solteira etc.) criaram emprego na construção civil, que geraram postos de trabalho em toda a cadeia produtiva. Mas houve duros períodos de desemprego, nos governos Geisel e Figueiredo. Com Geisel, explodiu a crise do petróleo, que abateu nossa economia. Com Figueiredo, houve crise continuada e o desemprego bateu no teto.

Quarto: a educação pública era uma beleza. Nada disso, a reforma educacional piorou o nível do ensino. É desse período também a expansão do ensino privado, da creche até a faculdade. Portanto, cresceu a mercantilização da educação. A piada era: você ligava por engano pra determinada faculdade e te diziam que havia passado no vestibular.

Quinto: liberdade era escassa. Os jornais eram censurados. Livros eram recolhidos. Filmes sofriam cortes e proibições. E até uma inocente peça infantil tinha que ser primeiro encenada aos censores. Jornalista que denunciava o regime (falcatruas, negociatas, mordomias etc.) era perseguido ou enquadrado na draconiana Lei de Segurança Nacional.

Sexto: salários tinham poder de compra. É mito. O regime impôs o arrocho por meio dos conhecidos Decretos-Leis 2.045 e 2.064. O salário mínimo desceu a níveis humilhantes. As negociações coletivas entre sindicalismo e patrões sofriam todo tipo de restrições e o Ministério do Trabalho agia com poder policial, baixando intervenções e cassando diretorias sindicais mais atuantes.

Centrais - Domingo, dia 19, as Centrais Sindicais publicaram nota em repúdio à participação de Bolsonaro num ato a favor da ditadura. A decisão é correta, pois devemos respeitar a Constituição e o Estado de Direito. Vale ressaltar que os ganhos dos trabalhadores são sempre maiores na democracia, onde o sindicalismo pode se organizar e o cidadão pode exercer sua liberdade e reivindicar.

José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical

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