• 29/4/2020 - quarta-feira
Solução para a indústria e a saúde
O ciclo da Covid-19 será longo, com grandes perdas humanas, prejuízos pesados à economia, mais desemprego e agravamento da pobreza.
O que temos de fazer agora é exigir que os governos gastem o máximo em defesa das vidas, no fortalecimento do sistema público de saúde e também na reorganização da nossa economia, durante e depois da pandemia.
Há cerca de um mês, o médico Ubiratan de Paula Santos, do Hospital das Clínicas, concedeu entrevista ao Valor Econômico, na qual propunha a chamada “reconversão industrial”, ou seja, que parte do nosso parque fabril fosse reorganizado pra produzir equipamentos médicos, remédios e insumos hospitalares.
Segundo o médico, estamos em meio a uma guerra, de duração incerta. Portanto, precisamos de meios pra enfrentar essa guerra. E esses meios viriam da reconversão da nossa produção para: a) Atender de pronto as demandas geradas pela doença; b) Evitar que o Brasil dependa de importações desses produtos e insumos.
O mundo já conhece essa experiência. Na Segunda Guerra, Stálin reorientou a produção fabril soviética, pra enfrentar a invasão alemã. Fábricas foram deslocadas ou passaram a produzir armamentos e artefatos a fim de abastecer a linha de frente. Aqui, na guerra da pandemia, falta o básico ao pessoal médico e demais profissionais. Por que não produzir respiradores, ventiladores, remédios e ingredientes de testes?
Prefeituras, governos estaduais e governo federal poderiam estimular a reconversão. Universidades e órgãos técnicos entrariam com o suporte científico, programas de computação e de engenharia, garantindo qualidade e eficiência às novas linhas de produção. Bancos forneceriam crédito subsidiado. Enfim, se faria um amplo engajamento dos setores público e privado. Ao final, além de atender às necessidades internas, o Brasil se firmaria como um polo produtor e fornecedor de equipamentos médicos e insumos para a América Latina. E geraríamos empregos.
Guarulhos - Nossa cidade pode fazer isso? Pode, pois reunimos todas as condições, como um forte parque industrial, mão-de-obra qualificada e logística, por meio de nossas rodovias e um dos maiores aeroportos do mundo. Com isso também reduziríamos a ociosidade das nossas fábricas, garantindo emprego e renda.
ISOLAMENTO - Quem assistiu ao Fantástico domingo pôde constatar a situação calamitosa em vários Estados e Capitais, com aumento de mortes e hospitais saturados. Sem falar na dor das famílias, que sequer podem se despedir dos entes queridos. Frente a isso, a solução mais razoável é o isolamento social.
DIA DO TRABALHO - O 1º de Maio unificado deste ano será online, devido à pandemia. Importante não deixarmos de manifestar nossas propostas e reivindicações. O que move o mundo é o trabalho. E são os trabalhadores da saúde que estão salvando vidas e nos dando esperanças. Viva o trabalho! Viva a classe trabalhadora!
José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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