Conheça mais a professora e ativista
Ela concorreu à Prefeitura de Guarulhos na última eleição. Seu partido é o PDT, o mesmo de Brizola e Darcy Ribeiro, o mesmo que coloca a Educação em primeiro lugar. Seu nome é Sandra Maria dos Santos, a professora Sandra.Aos 60 anos, separada, mãe de dois filhos e avó de quatro crianças, Sandra irradia energia e simpatia. É comunicativa e consegue falar com desenvoltura sobre muitos assuntos.
Chama atenção sua facilidade pra dominar línguas. São sete: inglês, francês, alemão, espanhol, libras, braile, incluindo o grego - “a única das quais eu só falo, não sei escrever”. Também domina a linguagem de libras - pra pessoas portadoras de deficiência. Sandra, ao participar de curso na USP, ajudou o professor Fernando Capovilla a escrever o “Dicionário de Libras”.
Negra, batalhadora desde a adolescência, Sandra fala de um tema espinhoso: o racismo. Ela diz: “Às vezes, o racismo se manifesta na forma com que a pessoa te olha”. Na campanha eleitoral, chegou a ser atacada nas redes sociais. “Macaca”, por exemplo.
Ela retruca: “Sou negra, tenho consciência da cor da minha pele e valorizo muito a minha origem e condição”. Ela atribui as manifestações racistas à onda de ódio que tomou conta de setores políticos, no Brasil e no mundo. Mas Sandra Santos responde: “Eu prefiro o amor, espalhar o amor, o respeito e trabalhar pela dignidade das pessoas”.
Da recente campanha eleitoral, a professora Sandra extrai lições. “Acho que saí maior do que entrei, porque pude falar com as pessoas, ouvir pessoas, debater com outros políticos, me tornar mais conhecida e dizer livremente o que eu penso”, avalia.
Ainda sobre a política, ela valoriza a participação cidadã. A professora afirma: “As pessoas precisam descobrir o valor da participação política, e isso para todos, sejam jovens, brancos, negros, idosos, católicos, protestantes. Participar faz a diferença”.
Bancária, empresária, professora, assessora sindical, integrante da administração pública, Sandra Santos já fez muita coisa ao longo da vida. Mas a Educação é seu xodó. E ela gosta de ensinar alunos pobres ou pessoas em situação de desemprego.
“O que mais gosto enquanto professora é ver o aluno interessado, sentir que ele aprendeu, que eu consegui transmitir conhecimento. E mais do que isso, que eu consegui elevar sua autoestima, fazer renascer sua esperança e voltar a ter brilho nos olhos”.