Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 29/6/2022 - quarta-feira

E as nossas crianças?

 

 Josinaldo José de Barros (Cabeça),
Presidente

Diretoria Metalúrgicos em Ação. 
E-mail: josinaldo@metalurgico.org.br 
Facebook:
 /josinaldo.cabeca.1

O abandono da infância é um projeto político. É um projeto do mal. É um projeto que deixa milhões sem futuro ou esperança, principalmente os mais pobres.

Nossas autoridades em geral e a grande imprensa deveriam estar engajadas num programa nacional de proteção à infância e conscientização da sociedade. Mas, não. Essa gente só se move quando surge uma tragédia, como essa da garota de 11 anos que foi violentada e engravidou. 

Mas esse caso não é isolado.  Basta dizer que, no primeiro ano da pandemia, 19.885 mil crianças e adolescentes sofreram estupro. Dessas vítimas, 6.902 tinham até nove anos (dados de 2020). 

O Fantástico de domingo (26) tratou desse drama. Segundo o Instituto Liberta, mais de quatro meninas com menos de 13 anos são violentadas por hora. O Brasil, a cada ano, tem mais de 21.600 garotas grávidas antes dos 14 anos. Também chocante: 40% da violência é cometida por pais ou padrastos. Segundo o IBGE, meninas pobres têm cinco vezes mais chances de engravidar do que adolescentes abastadas.

Outra violência contra menores se dá pelo trabalho infantil. Dados anteriores à explosão da Pandemia da Covid-19 mostram que 1,7 milhão de crianças e adolescentes trabalhavam. Desse total, 66,1% eram pretos e pardos. Onde deveriam estar essas crianças e adolescentes? Na escola, claro.

O governo tem atacado políticas públicas de proteção à infância, desmontado Conselhos e cortando verbas. Em seu primeiro ano, Bolsonaro utilizou R$ 6,7 milhões no combate ao trabalho infantil. Em 2020, no auge da Covid-19, apenas R$ 310 mil foram executados, ou seja, 38,27% do orçamento. Em 2021, investiu apenas R$ 331,9 mil no combate ao trabalho infantil. Ou seja, 17,7% do que estava autorizado.

FOME - Outro flagelo que atinge crianças é a fome. O adulto vai pra rua, faz bico e acaba achando um jeito de se virar. A criança não tem autonomia pra isso e depende de instituições de caridade ou da ajuda de particulares. Como o ciclo da fome tem sido longo, já se constata perda de peso nas crianças de até 10 anos.

Outra chaga é a prostituição infanto-juvenil. O Brasil registra por ano 500 mil casos de exploração sexual. Somos o segundo no ranking mundial, atrás da Tailândia. Aqui, 75% das vítimas são meninas; maioria, negras. Elas são vítimas também de espancamentos, estupros, vício em álcool e drogas, além de Infecções Sexualmente Transmissíveis. 

Os dados são tão chocantes que nem parecem reais. Mas são. Ocorre que a rotina nos veda os olhos pra essa realidade dramática. A falta de políticas públicas também oculta esse quadro trágico e a omissão da mídia faz parecer que a situação é melhor. Mas não é.

País que abandona suas crianças é um país indigno. Cidadão que não sofre com esse drama é desumano. Governo que não protege a infância é criminoso. Essa é uma pauta da qual nenhum candidato sério pode se omitir.

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