Aos que se foram
Josinaldo José de Barros (Cabeça), |
Diretoria Metalúrgicos em Ação. |
Hoje, Finados, é um dia de reflexão. Um dia em que devemos aprofundar a consciência sobre a condição humana e a fragilidade da nossa existência.
Mas também é um dia de agradecimento. Gratidão aos nossos antepassados, aos avós e pais que nos criaram com tanto amor e carinho e às velhas gerações que construíram a base das famílias, das cidades e da Nação.
No cemitério, às vezes numa pobre cova rasa, repousa um homem ou mulher, ou seja, um nosso irmão. Precisamos honrar suas memórias, reconhecer seus esforços, agradecer seus sacrifícios, dar continuidade a seus sonhos e seguir seus bons exemplos.
Nosso Sindicato completará 60 anos em abril. Felizmente, alguns desses fundadores ainda estão entre nós e são faróis que iluminam nossos caminhos. Outros, no entanto, já repousam na vida eterna, mas seus exemplos jamais poderão ser esquecidos.
Hoje, o Sindicato tem estrutura e meios pra atuar, embora sofra duramente os efeitos maléficos das reforma sindical de Temer e dos ataques seguidos de Bolsonaro. Mas temos liberdade pra atuar, defender nossas posições e negociar com os patrões.
Vários de nossos antepassados atuaram em condições muito piores, sem recursos e também sem liberdade. Grande parte do trabalho daquela geração foi realizada sob uma ditadura, com forte repressão policial, prisões e violência.
Eram homens e mulheres simples, trabalhadores fabris. Mas sua força residia em seus ideais de liberdade e justiça social. E eles venceram a repressão, porque o ideal sempre suplanta a força bruta.
Neste Dia de Finados, além de reverenciar pais, mães, avós, parentes e amigos que se foram, temos o dever também de pensar em construir um mundo mais justo, fraterno e pacífico. Como ensina a história da Arca de Noé, estamos todos no mesmo barco. Sem união, justiça e paz, o barco afunda.
Meus profundos agradecimentos às gerações que passaram. A minha geração também passará e é nosso dever deixar um Brasil e mundo melhores para os que virão depois de nós.
Sou um homem de fé e movido pela esperança. Espero que o Brasil se reencontre, que haja mais respeito e fraternidade entre nós, que o capital tenha mais atenção ao trabalho, que os governantes sejam trabalhadores e justos.
Daqui a alguns anos, todo patrão e todo empregado também estarão debaixo do chão, a caminho do pós, pois, “do pó vieste e ao pó tornarás”, como ensina o velho Livro.
Lula - Quero, ao encerrar essas reflexões, saudar a vitória desse valoroso brasileiro, que um dia também foi trabalhador metalúrgico. Da parte do sindicalismo, no que estiver a nosso alcance, trabalharemos pra que ele faça um bom governo em favor de todos os brasileiros. E que Deus o abençoe.