Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 1º/4/2025 - terça-feira


Nenê é pau pra toda obra

Responsável pela manutenção do Clube de Campo, o baiano de Casa Nova garante a tranquilidade e o lazer seguro da família metalúrgica.

“Cabra, vai lá pro Clube trabalhar. Você é novo. Mas esse pessoal da Bahia só passa duas semanas, no máximo um mês por aqui, pois fica chorando de saudade de casa. Vamos ver se dá”. Esse palavreado direto e reto foi dito pelo então presidente do Sindicato, Francisco Cardoso Filho (Chicão), ao jovem Aparecido de Amorim Coelho, em 1997, quando ele tinha 19 anos.

Quase 28 anos depois, Nenê, como é mais conhecido Aparecido, continua trabalhando no Clube de Campo (Parque Primavera, Guarulhos), seu primeiro emprego desde que deixou a Bahia pra fugir da seca, da fome e da miséria.


Hoje, ele responde pela manutenção de toda a área do Clube, que tem sete alqueires. E, com o seu trabalho, garante a segurança da família metalúrgica que curte, de quinta a domingo, o maior e melhor clube da região.

“Quando fui entrevistado por Chicão, tinha em mente ficar por aqui só uns seis meses. Mas já faz 28 anos. Comecei podando azaleias e cortando grama. Depois fui trabalhar nas piscinas. Hoje, sou pau pra toda obra no Clube. Aqui me sinto realizado. Daqui sai meu ganha-pão e da família. Estou muito feliz”, afirma Nenê.

Infância - Ainda criança, Nenê começou a trabalhar na roça acompanhando o pai Manoel e a mãe Judith. Também fabricou telhas numa olaria perto. A vida era dura. Além de Nenê, os pais tinham que suar pra criar outros 13 filhos.


O apelido surgiu naquela época. Ele lembra: “Eu era do meio de 14 irmãos e me deram este apelido. A gente passava fome. Meus pais eram da roça. Quando a seca chegava, não tínhamos nada pra plantar”.

Guarulhos - Diante da dura realidade no Nordeste daquela época, o irmão mais velho João Batista resolveu sair de casa. Veio pra Guarulhos. Se empregou numa metalúrgica na Praça 8, região do Taboão. Nenê resolveu seguir o mesmo caminho. Queria dar uma vida melhor pra família. Desembarcou em Guarulhos dia 5 de agosto de 1997.

Foi morar no Parque Primavera. Com o apoio do tio Domingos, que trabalhava na manutenção do Clube, o baiano recém-chegado foi indicado ao emprego. Precisava ser entrevistado por Chicão, que lhe deu oportunidade.


Miséria - “Queria vencer na vida. O Clube me deu esta oportunidade. Às vezes, em momentos de desânimo, lembrava da minha infância. A fome me fez dar valor à vida. Agradeço, primeiramente, a Deus, depois à diretoria do Sindicato a mudança na minha vida”, afirma.

Ofício - pedreiro, eletricista, pintor e o que precisar dele - aprendeu com o tio. Depois aprimorou. “Coragem pra trabalhar eu tenho”, diz com o peito estufado.

Clube - Nenê garante: “Conheço cada palmo do Clube. Acho que conheço melhor do que a minha própria casa”.

Casamento - Viveu durante anos com Alessandra, que conheceu no bairro. Com ela, teve Natan, de 20 anos, e Natane, de 8. Nenê resolveu oficializar a união. Casou em 2024. O filho hoje é metalúrgico, trabalha na Perfil Líder (São Roque, Guarulhos). O garoto passou a infância dentro do Clube, acompanhando o pai.


Trabalho - Nenê sente grande satisfação de ver o Clube lotado. No Carnaval, o local recebeu mais de 10 mil pessoas. “Foi trabalheira, mas correu tudo tranquilo, sem problemas. E isso me deixa orgulhoso. A gente desenrola tudo aqui”, afirma.

Sonho - Ele revela: “Peço a Deus saúde pra continuar trabalhando no Clube até me aposentar. Depois, quero comprar um pedacinho de terra na Bahia, onde pretendo viver o resto da vida”.

A partir da história do migrante Nenê, a diretoria Metalúrgicos em Ação parabeniza e agradece todos os colaboradores do nosso Clube de Campo.

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