• 4/6/2025 - quarta-feira
Marina merece respeito
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Josinaldo José de Barros (Cabeça) -Presidente |
Diretoria Metalúrgicos em Ação |
A vida de Marina Silva é uma epopeia. Ela nasceu num seringal, no interior do Acre, vivendo uma infância de fome e pobreza.
Foi aliada de Chico Mendes na defesa dos seringueiros e preservação da floresta. Essa luta ganhou projeção mundial. Mas Chico Mendes foi assassinado em 1988, com tiros de escopeta, a mando dos grileiros de terra.
As ameaças fizeram Marina se mudar pra Capital do Estado. Foi em Rio Branco que a então adolescente se alfabetizou. E nunca mais parou de estudar, ingressando na Universidade, onde se formou em História.
Marina Silva foi vereadora, deputada estadual, senadora e candidata à Presidência da República. É uma das fundadoras da CUT.
Por força das condições de vida e do contato com rios poluídos, Marina foi contaminada por mercúrio, o que fragilizou muito sua saúde.
Pois bem. Uma mulher dessa envergadura política e moral merece elogios e aplausos, não é? Deveria. Mas não é o que pensa um grupo de senadores.
Dia 27, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima foi convidada a falar na Comissão de Infraestrutura do Senado sobre a criação de áreas de preservação na região Norte. Ela foi coerente com sua história e defendeu conduta mais rigorosa dos governos pra liberar obras em áreas de grande biodiversidade, como a região por onde passa a BR-319, ligando Manaus (AM) a Porto Velho (RO).
Sua fala calma e educada foi interrompida bruscamente pela intervenção agressiva de senadores. Marcos Rogério (PL de Rondônia) teve o desplante de lhe dizer: - “Ponha-se no seu lugar!”. Como as agressões verbais não cessavam, Marina se retirou da sessão.
Aqueles senadores, em vez de debater ideias e projetos, preferiram agredir uma mulher reconhecidamente educada e com a saúde frágil. Mostraram que são machistas e que não aceitam debate de igual pra igual com uma mulher.
Infelizmente, o que aconteceu no Senado não um é fato isolado. Ao contrário. Mostra que muita gente ainda não reconhece o valor das mulheres. Pior: procura desqualificar a mulher.
Dizer que as mulheres não ampliaram seu espaço na sociedade seria faltar com a verdade. Mas o fato é que estamos muito longe de uma situação civilizada, em que a pessoa é medida pelo seu caráter, e não por seu gênero e cor da pele.
O sindicalismo luta por igualdade. Queremos efetivar a Lei 14.611/2023, que assegura igualdade salarial e de oportunidades para homens e mulheres na mesma função. Nosso Sindicato possui um Departamento Feminino atuante, que batalha pela igualdade e combate a violência de gênero.
Espero que aquela cena nunca mais se repita. Espero que os senadores tenham um mínimo de educação. Espero que aqueles homens ricos e arrogantes aprendam a respeitar as mulheres e todos os seres humanos.
Debater ideias, sim. Agredir quem pensa diferente, jamais!