Omissão também mata

Países cujos governantes respeitam seu povo já começaram as vacinações contra a Covid-19. Entre eles, Rússia, China, Estados Unidos e Reino Unido. Outros concluem preparativos pra vacinar em breve. 

Em países que não começaram a vacinar, os governos redobram cuidados e medidas de isolamento social. Na Alemanha, a primeira-ministra Angela Merkel se empenha pessoalmente na campanha e orienta que se evitem reuniões familiares e sociais do Natal. A volta às aulas foi adiada.

E no Brasil? Desorientação total. O presidente Bolsonaro minimiza a doença e seu ministro, Pazzuelo, diz uma bobagem atrás da outra. Na prática, não se sabe quando começa a vacinação, qual seu calendário e que setores serão prioritariamente atendidos.

Essa confusão é artificialmente insuflada pra estimular a “imunidade do rebanho”, conceito duvidoso, segundo o qual a contaminação em massa imuniza mais gente e reduz o ciclo da doença. Mas, pra que isso ocorra, uma porção da população deve estar imune, desenvolvendo defesa natural após ser contaminada. O número ideal de imunes a uma doença teria que ficar entre 60% e 80% - calcule 60% em uma população de 212 milhões de habitantes.

A inépcia gritante do governo gera clamor nos setores sociais mais lúcidos e na imprensa. Domingo, 13, a Folha de S. Paulo publicou na capa o editorial “Vacinação já”. A primeira linha já dá o tom do texto: “Passou de todos os limites a estupidez assassina do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do coronavírus”.

Ontem, dia 15, organizações médicas, coletivos de saúde, entidades sindicais e associações de Servidores da Saúde, Centrais Sindicais e outras lançaram a campanha “O Brasil precisa do SUS”. Artistas de renome, como Chico Buarque e Caetano Veloso, gravaram vídeo de apoio à campanha e pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde. 

Local - Temos que pensar o geral, mas agir no local. O sindicalismo guarulhense tem feito assim. Desde junho, procuramos a Prefeitura e conseguimos criar o Grupo de Trabalho (GT) sindical. Um dos frutos dessa iniciativa da Força, CUT, UGT e CSB é o “Protocolo de Segurança e Saúde no Transporte Coletivo”.

Esperamos passar as disputas eleitorais e retomamos o GT. Segunda (14), realizamos conferência on-line com o secretário de Governo Edmilson Americano. Cobramos a massificação do Protocolo do Transporte e também debatemos outros temas de interesse público, como o horário estendido no comércio.

Queremos e podemos dar nossa contribuição. Não seremos omissos, pois omissão também mata!