CUSTO DE VIDA E PARA A VIDA

Segundo o Dieese, a cesta básica de julho registrou aumento de 22,06% nos últimos 12 meses. Essa cesta engloba 13 produtos básicos.

Dia 14 de agosto, jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem sobre o custo de vida. Dizia: “Preço de 39 itens de alimentação, higiene pessoal e limpeza registra alta de 22,1% em 12 meses e chega a R$ 1.064,79, na cidade de São Paulo”.

Dizia ainda o Estadão: “Chama atenção que o valor da cesta quase encostou no salário mínimo de R$ 1.100,00”. Mas o jornal não fez a conta completa, pois o assalariado recebe o mínimo menos 7,5% para a Previdência Social. Ou seja, R$ 1.017,50.

No dia seguinte, a Folha de S. Paulo trazia chamada de primeira página: “Brasileiro desfaz planos e baixa padrão de vida”. A Folha mostra o empobrecimento geral. Veja: o PIB per capita no Chile é de US$ 23.366 por ano; México, US$ 19.130; Brasil US$ 14.916. No ranking mundial, em 2014 ocupávamos a 76ª Posição. Em 2020, caímos para a posição 85.

O povo sente muito o custo de vida na alimentação. O brasileiro sai da carne de primeira, vai pra de segunda, passa pro frango e agora está no ovo. É o fim da linha. A venda de Miojo, que é um alimento barato, mas pobre em nutrientes, subiu 11%.

Na pauta dos Metalúrgicos da Força Sindical, o companheiro Miguel Torres, que preside a Central, propôs o item vale-gás. Na prática, esse vale seria uma espécie de abono, até porque tem lugar onde o botijão custa mais de 10% do salário mínimo. E sem gás ninguém cozinha arroz, feijão ou carne de terceira.

E o que Bolsonaro e Guedes estão fazendo? Nada. Veja: o governo liberou mais R$ 1 trilhão e 200 bilhões pros bancos, alegando que iriam financiar pequenas e microempresas. Sabe quanto desse dinheiro chegou aos pequenos e micro? Só 4%.

Não bastasse isso, os ataques aos trabalhadores continua. A Medida Provisória 1.045 desorganiza o trabalho e impõe um padrão uber aos empregos.

Não sei não, mas se esse Bolsonaro continuar do jeito que está ele afunda o Brasil na maior crise da nossa história.

Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente - Diretoria Metalúrgicos em Ação. 
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