Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 13/12/2021 - segunda-feira


Quem tem que controlar a inflação é o governo!

“Nova tabela de preços só em 2023. Trava os preços, vamos parar de aumentar os preços”, pediu o ministro da Economia, Paulo Guedes, a membros da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) no dia 09/06. Bolsonaro também falou aos empresários: “Vocês já têm colaborado nesse sentido, mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica… Se for atendido, agradeço muito”, disse o presidente.

Transferir a responsabilidade pelo controle da inflação aos donos de supermercados é uma medida simplista e ineficaz, praticamente uma declaração de falta de capacidade, pois quem tem que controlar a inflação é o governo, que tem a obrigação de adotar medidas públicas que solucionem o problema.

Não dá para pedir aos donos de supermercados, sobretudo aos pequenos comerciantes, que empregam milhares de comerciários, que deixem de aumentar preços se na hora de repor o estoque a indústria vai cobrar mais caro e o transportador vai cobrar um frete mais alto. Quem vai cobrir o prejuízo? O governo é que não é. Vai cair nas costas do empregado e do consumidor, porque o patrão vai querer tirar o que perdeu de algum lugar.

É verdade que a população está sofrendo, a miséria está espalhada pelas ruas, os salários estão desvalorizados, um desastre completo, mas a inflação é uma doença que exige uma política pública séria a eficaz.

Começa pelo governo fazer uma reforma tributária que organize e torne justo o pagamento de impostos. Atualmente, tem muita gente que não paga impostos diretos para que todos paguemos valores absurdos embutidos no que compramos nos supermercados, nos eletrodomésticos, na gasolina e por aí afora.

Por outro lado, temos os combustíveis. O governo é o acionista maior da Petrobrás, e precisa mudar a política de preços da companhia. Precisa parar de enriquecer acionistas estrangeiros às custas do trabalhador brasileiro. É verdade que os Estados arrecadam com o ICMS, mas este sempre existiu e nem por isso os combustíveis eram caros.

Temos, também, o câmbio, o governo está completamente perdido nessa área e, com isso, o dólar foi nas alturas e com a política de preços dolarizados da Petrobrás, os preços dos combustíveis explodiram. Combustível mais caro, transporte mais caro, inflação voltando ao nosso dia a dia.

Não queremos retornar aos tempos do Sarney, quando de manhã as coisas custavam um preço e, à tarde, outro. Não dá. O governo precisa se responsabilizar pela situação e encontrar uma solução.

De nossa parte, não vamos permitir que essa conta seja paga pelos trabalhadores, na última data-base já brigamos pela recomposição integral dos salários e faremos isso na próxima vez. Também vamos pressionar o governo para que se mexa e resolva o problema.

Os sindicatos são o legítimo instrumento de defesa dos trabalhadores e vamos fazer isso valer seja com que governo for.

Walter dos Santos é presidente do Sindicato dos Comerciários de Guarulhos e Região

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