Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 23/05/2024 - quinta-feira

COLUNISTA CONVIDADO

Duas greves

Por João Guilherme Vargas Netto

Em julho de 2020, em plena pandemia, os metalúrgicos da montadora Renault, no Paraná, cruzaram os braços. Durante os 21 dias de greve e dos acampamentos das famílias dos metalúrgicos, todos se insurgiram contra a demissão de 747 trabalhadores, pretendida e anunciada pela empresa.

Com a direção do sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba, unida e sempre ao lado dos trabalhadores e de suas famílias, a empresa foi derrotada em sua truculência, as demissões foram anuladas, a greve encerrada e negociações foram efetivadas.

A “greve do 747”, o recuo da empresa e a inteligente e ampla atuação sindical ficaram como marcos na história das lutas dos trabalhadores; transformaram-se em ícones.

Agora, pela segunda vez em quatro anos, a totalidade dos trabalhadores metalúrgicos da Renault entraram em greve desde o dia 7. Organizados pelo sindicato recusaram uma proposta patronal de reajuste de salários, PLRs e demais benefícios sem ganho real e denunciaram as precárias condições de trabalho e de saúde e segurança vigentes na empresa.

A paralisação total, com os trabalhadores em casa, garantida pela intransigente unanimidade deles e confirmada em assembleias presenciais e virtuais (uma das quais aprovou a solidariedade dos empregados às vítimas gaúchas da enchente) sofre a pressão da empresa que não quer negociar e do Judiciário que tem tomado medidas contra os trabalhadores e contra o sindicato, até mesmo com multas. Mas, conta com a solidariedade do movimento sindical, expressa pela nota das centrais.

A própria mídia grande, sobre a qual caiu uma cortina de silêncio orquestrada pela empresa, não noticiou nem comentou o fato de que uma das maiores montadoras no Brasil está parada e somente agora começou a noticiar interrupções de trabalho em outras montadoras devido à falta de autopeças não produzidas no Rio Grande do Sul.

Embora o quadro conjuntural seja diferente daquele de 2020, duas coisas permanecem invariáveis: a determinação dos trabalhadores e a condução coerente do sindicato, que busca uma solução favorável


 João Guilherme Vargas Netto, assessor sindical
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