Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 27/10/2025 - segunda-feira

Ato inter-religioso louva a memória 
de Vlado Herzog e saúda a democracia


Sábado à noite, a Catedral da Sé, Centro de São Paulo, estava lotada para celebrar a memória de Vladimir Herzog. Naquela data, ou seja, 25 de outubro, há 50 anos, o jornalista morria em consequência de torturas sofridas nas instalações do Doi-Codi, órgão repressivo da ditadura.

Por que na Igreja da Sé? Porque em 31 de outubro de 1975 mais de oito mil pessoas assistiram à celebração de missa, em homenagem a Vlado, pelo Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. O público também acompanhou as preces do pastor protestante James Wright e do rabino Henry Sobel.

Marcado pela memória, por reencontros e pela emoção, o ato deste 25 de outubro foi um sonoro brado de: “Ditadura, nunca mais!”. Foi também um grito de alerta de que a sociedade brasileira está vigilante na defesa da democracia.

O assassinato do jornalista da TV Cultura, em 1975, não foi um ato isolado. Nas semanas anteriores, vários jornalistas foram presos e torturados pelos órgãos de repressão, instaurando um clima de terror nas redações dos grandes jornais, especialmente na Folha de S. Paulo e no Estadão.

O jornalista e escritor Fernando Morais (autor de Olga, A Ilha, Corações Sujos, entre outros) relembra que o Dops (polícia da repressão) foi até sua casa, mas ele se encontrava em viagem, escapando, por isso, da prisão e do risco de ter o mesmo fim de Vlado Herzog.

Repercussão - O assassinato de Herzog teve repercussão nacional e internacional. Ele era um profissional reconhecido internacionalmente, por ter trabalhado na BBC, em Londres, e atuado em grandes veículos da imprensa brasileira. Sua morte abalou os alicerces do regime ditatorial implantado no País em abril de 1964.

A família Herzog batalhou durante anos na Justiça até conseguir uma sentença condenando a ditadura pela morte de Vlado. Vale lembrar que o regime tentou montar uma farsa de que o jornalista havia se suicidado. O médico legista Harry Shibata forjou um laudo que a perícia, tempo depois, desmascarou como falso.

Livros - Há vários livros contando a história de Vladimir Herzog e também mostrando aqueles tempos de censura, perseguições, prisões e torturas. Em janeiro de 2013, nosso Sindicato promoveu o lançamento do livro “As duas guerras de Vlado”, com a presença de seu autor, Audálio Dantas. 

À época das perseguições, Audálio presidia o Sindicato dos Jornalistas no Estado de SP. E foi dali, da sede da entidade, no Centro de São Paulo, que se articulou a resistência e partiu a denúncia de que o companheiro morrera sob tortura, repudiando a tese do suicídio.

Audálio - Nosso presidente, Josinaldo José de Barros (Cabeça), diz: “Não sou contemporâneo de Vladimir Herzog, mas tive a honra de conhecer Audálio Dantas, um alagoano que chegou a São Paulo como migrante, trabalhou muito, escreveu reportagens extraordinárias, publicou livros, dirigiu um Sindicato combativo e se tornou um gigante na luta por democracia e justiça”.

Viva Vlado! Ditadura nunca mais!
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