• 5/2/2020 - quarta-feira
O Brasil precisa reagir!
Segunda, dia 3, as Centrais e os Sindicatos de base protestaram na Fiesp. O objetivo foi cobrar da poderosa federação empresarial uma posição ativa em defesa da indústria nacional. Vale relembrar que, nos últimos quatro anos, o Brasil perdeu 17 fábricas por dia. Empregos perdidos foram milhões.
Naquela data, estava agendado almoço entre o presidente Jair Bolsonaro e Paulo Skaf, que preside a Fiesp. Portanto, as Centrais também quiseram levar o grito de alerta a um governante que nada tem feito em defesa da economia nacional, especialmente ao segmento industrial.
O sindicalismo faz sua parte. Mas não temos força acumulada pra reverter esse quadro. Pra mudar a situação, é preciso uma forte mobilização social, com líderes qualificados e respeitados. Se não fizermos isso logo, nossa indústria praticamente desaparece e o Brasil volta ser um País colonial. Ou seja, trabalha, se mata, mas manda os lucros para o Império.
Nosso Sindicato, mais uma vez, foi linha de frente no protesto, com uma faixa que relacionava claramente indústria e soberania nacional. Parabenizo as Centrais pela iniciativa e agradeço nossos diretores que estiveram na avenida Paulista, mesmo debaixo de chuva.
Na mesma data do protesto, o jornal Valor Econômico trazia na primeira página duas notícias muito ruins. A manchete: “Com juros menores, dívidas das famílias voltam a crescer”. Aumento de dívida numa conjuntura de desemprego sinaliza aumento da inadimplência e nome sujo lá na frente. Logo abaixo, outra chamada dizia: “Lançamentos de produtos pela indústria diminuem 8,4%”. Ou seja, baixa na perspectiva de vendas e dos investimentos.
Não quero aqui ser o profeta do caos. Mas volto a advertir que um País continental como o Brasil não pode sacrificar sua indústria, sua tecnologia, sua engenheira e seu progresso técnico. Chamo atenção de cada leitor para a gravidade dessa situação. Gostaria de estar aqui com boas notícias, mas elas são cada vez mais raras. O problema da desindustrialização do Brasil diz respeito a todos nós. É hora de acordar, antes que seja tarde demais.
Dieese - Mando um abraço especial ao Clemente Ganz Lúcio, que por 16 anos foi um laborioso e competente diretor-técnico do Dieese, entidade que tive a honra de presidir. Ao professor Fausto, que assume a coordenação técnica, votos de sucesso e realizações. Nosso Sindicato mantém na sede uma subseção do Departamento, hoje dirigida pelo economista Rodolfo Viana. O Dieese presta grandes serviços ao sindicalismo brasileiro. E nosso Sindicato se orgulha de poder contar com esse apoio diário em nossas ações na base ou nas negociações com as empresas.
José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
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