Dia 30 de novembro, ocorreu a 7ª edição do Prêmio Abdias do Nascimento. A idealizadora é Sandra Santos, professora e ativista do movimento afrodescendente. Sandra fez um balanço do evento na live do Sindicato, transmitida na quarta (7).
 
Ela conta que a ideia do projeto surgiu dentro de sua casa. Época em que seu neto sofria ataques racistas na escola. “Fui buscar um caminho para que ele tivesse orgulho de ser negro”. Ela revela: “Quando tinha uns sete anos, ele chegava da escola chorando por vergonha de ser negro. Tomava banho e queria tirar a pele. Na escola falavam que ele tinha cor de pele e que na vida só poderia ser jogador de futebol ou pagodeiro. Como educadora eu via o sofrimento”.

Confira as falas na íntegra:

Ideia - O Prêmio surgiu porque queria mostrar ao meu neto que existe uma saída e podemos ser o que quisermos, desde que tenhamos oportunidade ou façamos com que ela aconteça. Como educadora, procurei um negro que fosse exemplo e achei Abdias do Nascimento. Fiquei encantada com a história dele e fiz o projeto.

Início - Surgiu em 2015, e até hoje agradeço ao Josinaldo (Cabeça), que na época era vice-presidente do Sindicato e ao jornalista João Franzin, que abraçaram a ideia e nos cederam o auditório do Sindicato para iniciar o projeto.

Premiação - No início, entregávamos troféu. Somente em 2020 não houve a entrega. Mas há dois anos estamos entregando placa. O que damos é uma coisa invisível, de sentir. As pessoas premiadas até se assustam porque acham que não merecem a premiação. São pessoas simples, que não têm ideia da função da sua importância.

Tema - O nome da premiação da edição deste ano foi “Semeando o bem”. A gente colhe o que semeia.

Abdias - Era um homem de muitas facetas. Tudo o que ele fez, fez com intensidade, garra e determinação. Ele não fazia para si, fazia para o outro. Tudo o que ele fazia pensava no amanhã, no legado.  

Critérios - Na premiação, procuramos analisar critérios de algumas áreas, como a educacional, esporte, cultura, porque pretendemos que ela seja vitrine para crianças e jovens. Para que todos possam se espelhar e saber que podem chegar lá.