Hora de ajudar e de questionar
Josinaldo José de Barros (Cabeça), |
Diretoria Metalúrgicos em Ação. |
A cada dia, tomamos mais consciência acerca do tamanho da tragédia que afetou o Litoral Norte do Estado de São Paulo, especialmente o município de São Sebastião. O número de mortos é alto e os desabrigados passam de milhares.
Neste momento, precisamos ser solidários, porque um litro de água, uma caixinha de leite, um simples cobertor podem salvar vidas, de crianças, adultos ou idosos.
Saúdo o presidente Lula, que saiu de seu descanso na Bahia e veio ao nosso Litoral prestar ajuda e prometer ações efetivas. O governador Tarcísio também adotou uma postura elogiável. Lula pediu ao prefeito de São Sebastião que arranje um terreno plano, onde o governo federal erguerá casas ao povo atingido. Vamos aguardar e cobrar.
O sindicalismo, como sempre, está sendo solidário. Nossa Colônia em Caraguá liberou aposentos para equipes de apoio. E a lavanderia local foi colocada à disposição dos empregados da Colônia, bem como de seus familiares e conhecidos. Muitas Colônias da região foram disponibilizadas às Prefeituras.
As fotos e imagens de satélites mostram os estragos feitos pela chuva intensa. Mas mostram mais: mostram segregação. De um lado, no terreno seguro, casas de até R$ 5 milhões. No alto, pendurados nas encostas, as residências dos que trabalham para a classe abastada, o comércio, as pousadas, outros estabelecimentos e atendem os turistas.
Junto às residências ricas - muitas das quais não são usadas sequer 30 dias num ano - o poder público pavimenta, estende rede elétrica, leva água e instala rede de esgotos. Nas moradias populares, onde as pessoas vivem os 360 dias do ano, quase zero de melhorias urbanas.
Por isso, eu digo: é hora de ajudar, mas também de questionar. Os moradores abastados e os turistas que vão às praias badaladas não podem mais ignorar a situação dos pobres locais, os caiçaras, que são os verdadeiros donos do lugar. E o poder público não pode mais agir como bombeiro, só depois que a tragédia acontece.
Devemos questionar também as Prefeituras locais, que recebem aporte extra do petróleo. Onde esse dinheiro é aplicado? O governo do Estado é obrigado a elaborar planos específicos a essas regiões. E o governo federal tem dinheiro rubricado pra essa finalidade.
O ministro Waldez Góes, do Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, diz que o governo anterior deixou uma quantia irrisória pra atender desastres naturais em 2023, que apenas R$ 25 mil estavam separados. O que, evidentemente, é só valor irrisório.
O povo não quer viver de esmolas ou, a cada desastre, depender de doações e ações emergenciais. O povo precisa de renda. Daí, a importância de um salário mínimo justo, do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, de um Bolsa-Família bem ajustado e da retomada, entre outras iniciativas, do Minha Casa, Minha Vida.