A maior aflição hoje dos segurados da Previdência é a longa fila para concessão de benefícios. Seja aposentadoria, pensão, auxílio-doença, auxílio-acidentário, BPC (Benefício de Prestação Continuada) ou outro direito.

A live do Sindicato, dia 23, tratou desse tema, que interessa a ativos ou inativos. Participou Helenildo Queiroz Santos (Nildo), nosso diretor de Saúde e Segurança no Trabalho, Técnico em Segurança no Trabalho e membro do Conselho Municipal de Saúde. Agora, também Conselheiro do INSS em Guarulhos, representando os trabalhadores no posto local.

Em entrevista ao jornalista João Franzin, ele criticou a imensa fila de atrasados. Destes, 500 mil são pedidos de BPC, concedido a quem comprove deficiência de longo prazo que o impeça de trabalhar e manter a si mesmo e à sua família.

Segundo o jornal O Globo, em março de 2022, a fila total era de 2,85 milhões de pessoas à espera do benefício que garantiria algum tipo de pagamento. Muitas passam necessidades, se endividam ou dependem de parentes.

Como colocar a casa em ordem? Nildo defende mutirões nas agências do País. Dia 14 de março, ele participará da primeira reunião no Conselho do INSS em Guarulhos. E explica: “Vamos, primeiro, entender a demanda do posto e quais as necessidades estruturais. Não é só questão de contratar pra dar conta de atender a população”.

Principais trechos:

ESTRUTURA - “A Previdência está desfalcada e o último governo só piorou a situação, inclusive com o corte de verbas - mais de R$ 1 bilhão do orçamento total. Faltam Servidores e equipamentos. Quem sofre é o segurado”.

FILAS - “Aqui em Guarulhos, e em todo o Brasil, a fila é absurda. E a gente não vê filas fechando quarteirões perto do posto da Previdência porque muita demanda hoje em dia é virtual”.

MINISTRO - “Carlos Lupi, o ministro nomeado por Lula, conhece de perto os problemas e mostra interesse em resolver. Ele quer formar mutirões. Nosso Sindicato, no que couber, vai ajudar. Lupi fala em contratar mil pessoas já aprovadas em concurso. Seria um bom começo”.

PORTA - “Se a gente somar os atendimentos do INSS, online e por telefone, fora os de porta a porta, temos 800 mil benefícios solicitados todos os meses”.

SOLUÇÃO - “É necessário que o governo, além dos mutirões, faça uma reformulação na Pasta, contratando novos funcionários, trazendo outras opções pra atender a população. Não a quantidade de Servidores nas agências é insuficiente, mas também o quadro de peritos”.

CONSELHO - “Todos temos o papel de controle social da coisa pública. Não temos poder de polícia, mas vamos participar pra que conheçam a visão dos trabalhadores e nossas demandas sejam atendidas pela Previdência”.

AGENDAMENTO - “Existem duas maneiras de o trabalhador fazer o agendamento com o INSS: pelo gov.br - no link “Meu INSS” ou pelo telefone 135. No atendimento no posto, a pessoa tem que chegar cedo. As agências funcionam para o público até 11 horas”.

METALÚRGICOS - “No caso do nosso Sindicato, quando a Previdência dá alta ao trabalhador e a empresa recusa, pela nossa Convenção, a garantia de trabalho desse companheiro é de responsabilidade da empregadora até a concessão de um novo benefício”.

ESPECIAL - “A aposentadoria especial continua. Mas é tão difícil você provar esse direito que, praticamente, ela não existe. Quando a reforma coloca teto de 75 anos pra se aposentar, sendo que na regra passada eram 35 anos de contribuição pra homens e 30 à mulher, tem-se aumento de 18 a 20 anos no prazo de aposentadoria pra quem começa no mercado de trabalho hoje”.

MERCADO - “Nosso mercado de trabalho é excludente. Não aceita os mais novos, sem experiência, e recusa os mais velhos, acima dos 50 anos. Temos ainda outro gargalo: a qualidade de emprego que é gerado no Brasil, que impacta no valor do benefício e da contribuição à Previdência”.

BOLSONARO - “A ‘deforma’ da Previdência feita no governo passado só ferrou a classe trabalhadora, impôs muita dificuldade e sacrifício pra o trabalhador conseguir um benefício”.

MAIS - Ligue 135 ou acesse o MEU INSS.