Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Antonio Augusto
O lutador que cuida do Clube

Antonio Augusto de Jesus, um guarulhense da gema (“com muito orgulho” como faz questão de frisar), é administrador do Clube de Campo do Sindicato (Parque Primavera) desde 1º de dezembro de 1992. E o Clube ele trata como se fosse um jardim, com cuidado, zelo e amor.

E não é à toa que ele dedique tanto empenho ao Clube de Campo. Afinal, ele foi diretor do Sindicato no período em que nossa entidade lutava para conseguir um local onde construir nosso Clube.

Mas, sua trajetória sindical começa bem antes dos anos 80. Começa lá na década de 60, quando ele era um jovem metalúrgico cheio de ideias e com uma imensa vontade de mudar o mundo, lutando por mais justiça e igualdade.

Memória - Dono de memória privilegiada para os seus 64 anos, Antonio Augusto lembra-se bem do dia em que iniciou sua atuação no Sindicato: “Foi em 1º de outubro de 1962, quando ainda era Associação dos Metalúrgicos, uma subsede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo”. Na época, ele trabalhava na Ferramentas Belzer, onde ficou mais de nove anos. Ele conta: “Na Belzer, eu já era ativista. Sempre gostei de lutar pelos direitos dos meus companheiros”.

Nascido em 23 de abril de 1946, esse taurino tem muitas histórias pra contar de sua vasta e aguerrida vida de sindicalista. Casado pela segunda vez, “seu” Antonio tem quatro filhos: Paula (40 anos), Marcelo (38), Luciana (35) e Alex (19). Foi candidato a vereador em 1986. “Valeu pela experiência”, afirma.

Histórias - Nestes anos todos, sempre ligado ao nosso Sindicato, Antonio Augusto lembra de passagens e ações gloriosas da nossa entidade. “Eu já era militante quando conseguimos toda a documentação jurídica necessária para a criação do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região. Almino Affonso, ministro do Trabalho na época, recebeu a documentação e, no dia 30 de abril de 1963, assinou nossa Carta Sindical. Não vamos nos esquecer que 1º de maio era feriado, portanto, feriado”.

Repressão - “Naquela época, ainda como funcionário da Belzer, participei de uma grande manifestação, na avenida Monteiro Lobato, pela criação do 13º salário. A polícia veio com tudo pra cima de nós, inclusive com a cavalaria. Não tive dúvidas: peguei um monte de bolinhas de gude e joguei no chão assim que os policiais montados passaram a nos atacar. Foi um tombo só, de cavalo e soldado!”

Somente em 1975 “seu” Antonio entrou para a diretoria do Sindicato, permanecendo na direção até 1990. Ocupou os cargos de diretor, 2º tesoureiro, tesoureiro e vice-presidente. “Nesta época, ao lado dos companheiros da diretoria, participei de várias ações em defesa dos direitos dos trabalhadores, como Marcha a Brasília em 1979, quando já se discutia a redução da jornada para 40 horas semanais”, afirma, sempre lembrando dos amigos, muitos deles falecidos.

Diretas, já - Antonio Augusto se recorda também de uma ação grande na porta da Mannesmann (atual MTP), no Jardim São Roque: “Praticamente todas as fábricas de Guarulhos pararam, com os trabalhadores exigindo Diretas Já!. A Mannesmann não parou, e fomos para a porta da fábrica, com aproximadamente dois mil companheiros. Quando lá chegamos, chegaram também a tropa de choque, e o coronel Coura em uma ‘baratinha’ (como era chamado o carro policial da época, um fusca). O coronel mandou a tropa dispersar os trabalhadores. Como a igreja de São Roque estava em construção, não tivemos dúvida em atirar pedra nos policiais”.

A manifestação não terminou bem. Antonio relata: “Não havia microfone na época, e tudo era feito na base do grito mesmo. Quando vi trabalhadores e policiais feridos (um policial, inclusive, faleceu) gritei para cessarem os ataques, dos dois lados. Os companheiros imediatamente pararam de jogar pedras e os policiais não avançaram mais. Foi um momento de muita emoção e tensão pra mim, porque é difícil você controlar uma multidão num momento desses”.

Homem de muita prosa, Antonio Augusto é responsável hoje pelo lazer dos associados que frequentam o Clube de Campo. Mas ele dá um recado importante: “Que a luta sindical sempre continue. Comparo nossa atividade com um pau de sebo das festas juninas: você sofre para subir, mas está sempre deslizando e lutando para chegar ao topo”.

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