Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Quem entra na sede do Sindicato, na rua Harry Simonsen, à procura da barbearia vai se deparar com um senhor moreno, baixo, que esbanja simpatia e tem sempre uma história ou uma piada engraçada para contar. Ele é José Francisco dos Santos ou, simplesmente, “Setenta”.

Casado, há 38 anos, com dona Maria da Glória, tem quatro filhas: Cleide, Liliam, Camila e Cíntia. Trabalha no Sindicato há 32 anos, mas diz que nunca se esquece do dia que começou: “Entrei no Sindicato em 1º de novembro de 1978. Antes, trabalhei nove anos em um salão no Jardim Munhoz, onde fiz muitos amigos, alguns deles sindicalistas”.

“Setenta”, na verdade, tem apenas 62 anos de idade – muito bem vividos, como gosta de frisar. Nasceu em Itagiba, Interior baiano, em 20 de março de 1948. O apelido, ganhou em 1969, após uma operação.

Mas, outra curiosidade cerca o nosso personagem. Por que “Setenta”, se a famosa operação foi realizada em 1969? Ele explica: “É que, na época, estava na escola e os meus amigos começaram a me gozar. Não gostei do número, fiquei invocado. Como no ano seguinte haveria a Copa do Mundo de 1970, falei para os amigos que só aceitaria o apelido se fosse ‘Setenta’. E assim ficou!”

Profissão - José Francisco dos Santos sente orgulho de trabalhar no Sindicato: “Na minha cidade as coisas eram difíceis. Comecei a cortar cabelo aos 15 anos de idade, na cidade de Coaraci, próxima a Itagiba. Aprendi com amigos voluntários, cortando o cabelo deles. A vingança deles foi o apelido. Em 1969, já com um pouco de experiência, vim para São Paulo. Comecei trabalhando no salão do Jardim Munhoz, que deixei no dia 31 de outubro de 1978. No dia seguinte, 1º de novembro, entrei no Sindicato”.

Apesar de cortar o cabelo e fazer a barba dos associados, “Setenta” também tem histórias de mobilizações sindicais. “Participei de muitas delas nas portas de fábrica, distribuindo panfletos, colando cartazes e até apoiando a diretoria em movimentos grevistas. Passei por vários presidentes no Sindicato. Inclusive, estava junto quando o Edmilson (Edmilson Felipe Nery, que foi presidente do Sindicato por três mandatos, de 1978-1987) teve a idéia de criar o Zé da Prensa e a Maria da Prensa”. Os personagens são ilustrações, criadas pelo cartunista Laerte, em 1978, para representar o trabalhador metalúrgico.

“Tive muitos momentos engraçados na sede”, conta “Setenta”. “Um deles, por exemplo, envolvia uma mulher que não deixava que eu cortasse os cabelos dos filhos dela, porque me achava muito feio. Foi preciso o marido dela, que era meu amigo pessoal, persuadi-la a mudar de idéia. Ela cedeu e eu acabei cortando não só o cabelo do marido e dos filhos, mas o dela também”.

Até hoje, José Francisco dos Santos continua – com a mesma dedicação – comparecendo todos os dias ao Sindicato, para cuidar do cabelo e da barba dos associados. “Eu continuo feio, mas conheço tudo da minha profissão”, diz.

Sempre bem humorado, encontra tempo para cultivar outra coisa que o agrada: dançar. “Sobrou tempo, arrasto o pé. Gosto de dança e de música e só vou parar quando Deus quiser”. Detalhe: ele é diretor da Associação dos Violeiros de Guarulhos. “Mantenho uma vida ativa. Trabalhar e dançar é bom, mas o principal é você fazer o que gosta e sempre mostrar felicidade às pessoas”.

Sobre o Sindicato, dá o recado: “Acho importante o trabalhador ser sócio da sua entidade. Aqui, o metalúrgico é tratado com carinho. Desde a fundação, tudo foi feito para que o trabalhador tivesse no Sindicato a sua casa. Foi construído um grande patrimônio. Não é a toa que somos o terceiro maior Sindicato da América Latina. Não é de se orgulhar?”



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