Nossa ida a Brasília hoje

Nesta quarta, dia 6, a Capital Federal vive uma rotina diferente. Hoje, a sede do poder político nacional será ocupada por milhares de trabalhadores, de todos os Estados, que marcham cobrando crescimento da economia, defesa da indústria nacional, fortalecimento da produção, distribuição de renda e mais investimentos públicos, em obras, educação e saúde.

É a 7ª Marcha da Classe Trabalhadora a Brasília, experiência vitoriosa que está sendo retomada porque o momento requer a volta das grandes mobilizações sindicais. E essa mobilização é ainda mais importante porque tem uma pauta, eleita na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizada em São Paulo em 2010.

O Brasil melhorou muito nos últimos anos. Conquistas como o aumento real continuado do salário mínimo, os ganhos das categorias profissionais, a queda nos juros, redução do desemprego, a ampliação do crédito, ações governamentais (PAC, Minha Casa, Minha Vida etc.) e programas continuados de inclusão social melhoraram o padrão de vida de milhões de brasileiros.

O movimento sindical foi agente ativo nesse processo de mudanças e avanços. Nesse período, reivindicamos, propusemos e também, quando necessário, apoiamos decisões acertadas, como a recente redução nas tarifas de energia elétrica, a suspensão do IPI das montadoras e na construção civil e a desoneração da folha de pagamentos de setores produtivos. Mas queremos avançar mais.

O grau de unidade das Centrais e o amadurecimento do conjunto do sindicalismo nos permitem um entendimento objetivo da realidade. Sabemos que há uma forte crise no mundo desenvolvido; sabemos que o setor especulativo (bancos, rentistas, jogadores do mercado de capitais etc.) tenta engolir o segmento produtivo e enquadrar governos. Ou seja, conhecemos o terreno onde pisamos.

Por isso, e para influir nesse processo, é que vamos às ruas, e ao centro do poder político nacional, empunhar nossas bandeiras, reivindicar e dizer que o modelo neoliberal não é o que interessa à classe trabalhadora e à Nação. Ao contrário. Queremos produção, queremos investimentos públicos e privados, queremos fazer girar a roda da economia e, também, colher os frutos desse crescimento.

A Marcha a Brasília hoje mostra aos governantes que a classe trabalhadora está mobilizada. E mostra, também, aos setores conservadores do capital que não aceitamos retrocesso econômico, ataques a direitos e abandono das políticas de inclusão.

Estamos nas ruas hoje. E sempre que precisar. 

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 6 de março.