O mínimo tem a ver
com todos nós
Diretamente, o salário mínimo beneficia 48 milhões de brasileiros. Indiretamente, beneficia todos, pois o dinheiro que injeta no mercado aquece a economia, estimula negócios, amplia consumo de bens e serviços e, no final da ponta, aumenta também a arrecadação de impostos.
Há décadas, os brasileiros defendem uma política de Estado em prol de sua recuperação. Mas só conseguimos em 2004, por acordo entre as Centrais Sindicais e o presidente Lula. Esse acordo vence em 2015 e os setores ligados ao capital especulativo já pressionam pela retomada do arrocho.
Para fazer frente a essa ofensiva, chamamos ampla reunião em nosso Sindicato, dia 24, com sindicalistas, empresários do setor produtivo, associações e outras entidades da sociedade. Deu certo, houve convergência de entendimento e todos defenderam a sistemática atual, ou seja, aplicação do índice do PIB de dois anos antes e o INPC do ano anterior.
Produzimos um documento, que reproduzo a seguir.
“Valorizar o salário mínimo é defender os reais interesses nacionais.”
O salário mínimo integra as garantias constitucionais. Sendo assim, sua valorização não deve depender de orientações governamentais e partidárias, apenas. A valorização do salário mínimo deve ser política de Estado. Política permanente, independentemente de qual partido esteja no governo da Nação.
Hoje, o salário mínimo é o mais efetivo programa de inclusão social, geração de renda e redução das desigualdades. Ao beneficiar 48 milhões de brasileiros, o mínimo valorizado eleva a própria dignidade do nosso povo e fortalece o que é estratégico para a soberania nacional, que é um mercado interno forte e vigoroso, apoiado em dois pilares: um sistema produtivo pujante e um povo com poder de compra.
Setores ligados à especulação financeira pressionam contra os aumentos reais do mínimo. Deixamos claro, porém, que tais segmentos operam em prol do setor rentista e, portanto, contra o segmento produtivo. Alertamos que os trabalhadores, os Sindicatos, as Centrais e todas as demais entidades ligadas ao setor produtivo, aqui presentes, não aceitarão retrocesso.
Estamos juntos por um Brasil desenvolvido, justo, com um setor produtivo pujante e um povo com efetivo poder de compra.
Ao ensejo, reafirmamos nosso compromisso com a reforma tributária, a diminuição dos juros, a redução do imposto de renda sobre os salários e fim do Fator Previdenciário.
Guarulhos, 24 de março de 2014
Sindicatos: Alimentação; Asseio e Conservação; Comerciários; Frentistas; Químicos; Servidores; Vestuário; e Vigilantes. Associação: dos Aposentados Metalúrgicos. Entidades empresariais: Ciesp; Asec e ACE. Sociedade civil: Agende. Centrais: Força Sindical, UGT e CSB. Instituto: Dieese. Vereador: Heleno (PDT). Deputado federal: Roberto Santiago (PSD).
José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com
Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 26 de março de 2014.