Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Um abraço aos professores

Domingo, 15, marcou o Dia do Professor. A data foi instituída em 1963 pelo presidente trabalhista João Goulart. O Artigo 3º, do Decreto 52.682, estabelece: “Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias”. O Decreto foi um avanço. Pena que essa parte, ou seja, o congraçamento entre mestres, alunos e famílias não ocorra devidamente.

Anos mais tarde, já em 2008, o presidente Lula produziu a lei do Piso (Lei 11.738), que também fixou a jornada de trabalho. Este Piso, em 2017, está em R$ 2.298,80. O valor é insuficiente, especialmente para quem vive nas grandes cidades. De todo modo, a Lei nos livrou da vergonha de ver, em muitos locais do País, professores ganhando abaixo do próprio salário mínimo.

O professor sempre foi fundamental não só para o ensino das matérias curriculares, mas também no sentido de ajudar na formação cultural e propiciar bases morais ao pleno desenvolvimento do aluno. Já na vida adulta, quando a gente pensa numa pessoa exemplar, quase inevitavelmente nos vem à mente a lembrança de um antigo professor.

Os que me conhecem sabem que só me alfabetizei depois de adulto. Conto e reconto a história de que, quando migrei para Guarulhos, tomava o ônibus pela cor, pois não sabia ler a placa indicando o itinerário. Aprendi no Mobral a ler e a escrever. Depois, prossegui nos estudos e lamento que, por força da atividade sindical, não tenha tido condições de avançar e cursar uma faculdade.

Na teoria, todas as pessoas têm o direito de aprender e se formar. Mas penso que o compromisso com a educação significa, na prática, um compromisso de vida. No que me diz respeito, me orgulha ter ajudado a formar a escola profissionalizante do Sindicato e, há 15 anos, criado o Instituto Cultural e Esportivo Meu Futuro, que já beneficiou milhares de crianças e jovens na região carente do Parque Primavera. Na Força Sindical, exerço a função de Secretário Nacional de Formação.

O conhecimento não ocupa espaço na nossa cabeça e também não tem contraindicação. Tudo o que ele propicia é positivo, construtivo e salutar. O conhecimento também possui um sentido coletivo, pois quem sabe mais ensina quem sabe menos, ajudando a elevar o padrão cultural e cívico da sociedade. Quem ganha com isso? Todos.

Ao ensejo do Dia do Professor, que merece todas as homenagens, quero lamentar que o governo cortou em 44% as verbas para pesquisa e desarmou programas importantes, como o Ciência Sem Fronteiras. São retrocessos que não podemos aceitar, especialmente na era da sociedade do conhecimento.

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje do dia 18 de outubro de 2017.

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