Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Um importante Seminário em Roma

Semana passada, participei, em Roma, do Seminário Sindical Mundial realizado pelo Vaticano. Representei a Força Sindical e convivi intensamente, nos dois dias de evento, com sindicalistas dos cinco Continentes, autoridades do catolicismo e representantes de entidades como a OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Milito no sindicalismo há mais de 30 anos e nunca havia participado de um evento desse porte, chamado pelo Vaticano. Nesse sentido, considero o encontro histórico e espero que as propostas aprovadas sejam postas em prática e que a Igreja Católica, que tem presença em todo o mundo, reforce suas relações com o conjunto do movimento sindical.

O Papa Francisco era aguardado, mas não pôde comparecer. Porém, mandou mensagem, na qual diz: “Espero que este Seminário produza uma linha de ação concreta a partir do ponto de vista dos trabalhadores, para um desenvolvimento humano integral, sustentável e solidário”.

O seminário reafirmou a Doutrina Social da Igreja, que coloca a valorização do trabalho no centro de suas preocupações. Essa doutrina também defende a inclusão social, com críticas ao avanço tecnológico que desemprega em massa, agrava a exclusão social e coloca um grande número de nações sob tutela dos países ricos.

A delegação brasileira destacou a série de agressões do governo contra os trabalhadores, a quebra de direitos, a flexibilização do combate ao trabalho escravo e a subordinação do Estado nacional aos interesses do grande capital, especialmente o segmento financeiro improdutivo.

Em minha fala, pedi a união de forças por uma ordem econômica e social mais justa, que valorize o trabalho e respeite a dignidade humana. Também denunciei a imposição de políticas neoliberais pelos países ricos – o chamado G7. As ruas de Roma e de outras cidades italianas estão tomadas por migrantes expulsos de suas terras por guerras, conflitos raciais e as políticas de exclusão comandadas pelos países ricos, o FMI e outros agentes do grande capital.

Já sugeri aos membros da delegação brasileira que a gente se reúna, em breve, avalie o Seminário e cobre das organizações da Igreja a prática do que foi debatido e aprovado em Roma. Nenhuma força social – ou religiosa – sozinha tem condições de enfrentar o poder do capital e reorientar o sentido da economia e do desenvolvimento. Mas, se as forças consequentes se unirem, nossa voz será ouvida e nossos pontos de vista, com certeza, acabarão apoiados pela imensa maioria das pessoas.

Diálogo - Defendo o diálogo do sindicalismo com todas as religiões, pois a fé e a diversidade de credo devem ser respeitadas. O que nos une é muito maior daquilo que possa nos dividir..

José Pereira dos Santos
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e secretário nacional de Formação Sindical da Força Sindical
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com.br

Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje do dia 29 de novembro de 2017.

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