• 23/5/2018 - quarta-feira
Desemprego é crescente
São péssimas as notícias referentes ao emprego no Brasil. As promessas governamentais de crescimento não se realizaram e o desemprego aumentou nos últimos meses. Uma triste constatação: os jovens são as principais vítimas dessa situação.
O próprio IBGE, que é um órgão respeitado do Estado brasileiro, atesta esse crescimento e informa que, hoje, 28% dos jovens entre 18 e 24 anos estão sem ocupação. Também o Dieese tem dados sobre o tema, e são piores. O Dieese mostra que, na Grande São Paulo, o desemprego entre a juventude chega a 37,4%.
No último domingo (20), dois grandes jornais brasileiros – O Globo e O Estado de S. Paulo – trataram do tema. O “Estadão” também informou acerca da baixa nas faculdades, mostrando que 170 mil jovens deixaram de frequentar cursos superiores, devido ao desemprego, queda na renda ou à falta de crédito.
Como se sabe, o desemprego é um flagelo social e está entre as principais causas de depressão e mesmo dos suicídios. Observe que, no caso brasileiro, o jovem é duplamente penalizado. Isso porque perde ou não encontra trabalho e, por causa disso, acaba parando de estudar. Sem trabalho e sem estudos, eu pergunto: que futuro terão os nossos jovens? E que perspectiva terá nosso País?
Tecnologia - Além da recessão econômica e da ineficácia das políticas neoliberais, vale registrar que as novas tecnologias (como a chamada indústria 4.0) também desempregam. O aumento da automatização e as novas formas de gestão eliminam postos de trabalho e reduzem as chances de emprego estável.
A nova economia também requer trabalhadores mais qualificados. Mas como qualificar essa mão de obra com uma educação precária como a brasileira? E de que modo preparar esses novos trabalhadores, se o País não adota políticas de formação de mão de obra?
Sempre digo, e repito, que a elite brasileira perdeu a capacidade de formular um projeto de Nação. Observe que a questão da formação profissional quase nunca é debatida em nossa grande mídia e mesmo os partidos e seus parlamentares passam ao largo desse tema.
Política - Este ano, teremos eleições. Precisamos fazer um esforço para colocar a questão do emprego, da qualificação e da educação no centro do debate eleitoral. Temos de arrancar dos candidatos o compromisso efetivo com os trabalhadores de hoje e de amanhã, pois se trata de zelar pelo próprio futuro da Nação.
Sem esse compromisso, os candidatos, por melhores que sejam suas intenções, ficarão reféns do mercado. E o mercado, por não ter compromissos coletivos, cuidará apenas de seus interesses imediatos, como sempre fez.
José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
e Secretário nacional de Formação
da Força Sindical
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