Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 28/10/2019 - segunda-feira

Diálogo sobre o futuro do trabalho



Clemente Ganz Lúcio é sociólogo
e diretor técnico do Dieese.
E-mail:
clemente@dieese.org.br

As máquinas estarão cada vez mais presentes no futuro da humanidade, por escolhas das quais a grande maioria não participa. Essas decisões colocam a tecnologia presente em todas as atividades humanas e as transformam a tal ponto, que a própria humanização – o tornar-se humano, pessoa e cidadão/cidadã ao longo da vida - está mudando. O trabalho também se modifica, seja porque as tarefas cotidianas podem contar com o auxílio cada vez maior de máquinas agora dotadas de inteligência artificial, seja porque a tecnologia está presente em todas as ocupações, causando impactos sobre os postos de trabalho e as profissões.

A industrialização expande as tecnologias para todas as atividades humanas e altera as atividades produtivas em todos os setores econômicos. Há um novo mundo produtivo irrompendo na base econômica e se expandindo. O velho mundo coexiste com o novo, mas perde hegemonia.

Essas e outras reflexões fizeram parte do 1º Seminário “O Futuro do Trabalho”, evento articulado e promovido pelas Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB e pela CNI. Trata-se de um evento inédito na última década, no qual trabalhadores e empresários se dispuseram a debater em conjunto o papel da indústria no desenvolvimento nacional e os efeitos da inovação tecnológica sobre a sociedade, com destaque para o mundo do trabalho.

Os trabalhadores entendem que essas transformações exigem projetos e escolhas que coloquem a inovação tecnológica a serviço do bem coletivo, subordinada ao interesse geral da sociedade e voltada a proporcionar boas condições de trabalho e emprego para todos, em um ambiente em que a industrialização tenha a finalidade de produzir bem-estar social com equilíbrio e sustentabilidade ambiental.

O sentido de um projeto nacional que estrategicamente induza um tipo de crescimento econômico que reindustrialize o sistema produtivo e tenha por objetivo o desenvolvimento social é a essência do esforço de diálogo social entre organizações que pensam e atuam em campos diferentes. O movimento para promover esse diálogo orienta-se por iniciativas compartilhadas capazes de protagonizar mudanças.

Por isso, nesse primeiro encontro se decidiu pela construção de uma agenda comum a ser celebrada nos próximos dias, agenda esta que se materializará em plano de ação estratégico e compartilhado. Daqui a um ano, será realizado um segundo encontro para aprofundar os debates e avaliar os resultados alcançados no primeiro ano de trabalho conjunto.

Diante dessa iniciativa há alguns que, olhando para o passado, encontram motivos de sobra para adotar uma postura cética. Há, de outro lado, o futuro e os desafios que explodem no presente e ainda há os que insistem no caminho do diálogo social, mesmo quando há motivos para dele duvidar. Como o futuro é inédito e há utopias – aquele sonho que nos move e que insiste em afirmar que o inexistente pode ser criado e produzido -, seguimos em frente, apostando e investindo - mesmo diante das enormes dificuldades - na organização e na mobilização e, ao mesmo tempo, na viabilização do diálogo social que fortaleça as instituições para que, juntas, equacionem e enfrentem os problemas e desafios.

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