Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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Jornalista, escritor, sacerdote da Umbanda


Aos 49 anos, o paraibano Gil Campos está no ápice da carreira. Ele é diretor de redação do principal conglomerado midiático guarulhense, o Grupo MG Com, de propriedade do empresário Luciano Maciel. O Grupo edita dois jornais diários, o Guarulhos Hoje e o Jornal Estação, mais o Jornal do Farol, semanal.

Enquanto diretor de redação e profissional que dá a última palavra sobre os conteúdos, ele não se desliga. Sua rotina de 10/12 horas o mantém em contato permanente com o noticiário. “Nem música no carro eu escuto. Estou sempre ligado nas emissoras jornalísticas”, diz.

Homem de esquerda, Gil conhece o movimento sindical e reconhece a importância das entidades de classe. “Desde adolescente tenho contato com o sindicalismo. O Sindicato é a voz do trabalhador e quem o representa em todas as horas”, afirma. Porém, diz sentir falta de mais movimentos de rua.

Movido pelo sentimento religioso, Gil Campos desde cedo se ligou à espiritualidade. Sacerdote umbandista, ele também é vice-presidente da Federação que reúne Umbanda e Candomblé. Gil diz: “Começo meu dia com uma oração, em que peço proteção aos orixás e discernimento para bem exercer meu trabalho”.


Gil no início de sua profissão como jornalista

Trajetória - Bem jovem ainda, Gil escrevia para o jornal-laboratório da Faculdade de Campina Grande. Logo depois, passou pra repórter de polícia no Diário da Borborema, para o qual, aos 10 anos, já colaborava no Suplemento Infantil.

Começou como profissional em 1989, ainda na época da máquina de escrever. A reportagem policial foi opção. Ele relembra: “Meu pai era advogado e eu trabalhava com ele de office boy. Era um tempo em que os esquadrões da morte, ligados a integrantes da polícia civil, matavam muito bandido miúdo, e eu passei a cobrir esses casos”. A desfaçatez era tanta que mandavam pra redação a lista “dos pés-de-chinelo que seriam eliminados”, lembra-se.

O jornalista, que sofreu dois atentados a bala devido às denúncias contra os esquadrões formados por elementos da Polícia Civil ou da PM, pretende (“quando houver tempo”) escrever um livro sobre aqueles tempos.


O jornalista entrevista o ex-presidente Lula

Guarulhos - Após os atentados (foi alvejado na virilha,  em 1997), o jornalista, após oito anos de reportagem policial no Jornal da Paraíba, foi aconselhado a se recolher, mudando-se pra São Paulo. No ano de 1998 trabalhou na Tribuna de Guarulhos. De lá, foi para a Folha Metropolitana.

Paralelamente, a convite de Audálio Dantas (sua grande referência no jornalismo), passou a escrever para o jornal da Associação Brasileira de Imprensa. “Fazia matérias ligadas aos direitos humanos e sobre atentados a jornalistas. A primeira para a ABI foi o assassinato do radialista Luiz Carlos Borbon Filho, em Porto Ferreira, SP. Havia PMs locais envolvidos, que acabaram condenados pela Justiça”, relata.

Profissão - Gil Campos se considera profissional de texto, que, para ele, precisa ter objetividade e veracidade. Na condição de editor, afirma, é capaz de identificar o texto do repórter e também o autor da foto.


O paraibano Gil publicou dezenas de livros

Acadêmico - Escritor, Gil Campos é o titular da cadeira 38 da Academia Guarulhense de Letras. A cadeira tem como patrono o professor Milton Luiz Ziller. Publicou os livros Epitácio; a coleção Cacoca Infantil; A batalha é grande, mas a vitória é certa – biografia do padre Cleber Leandro; e outros 10 livros coletâneas da Academia.

Justiça - Devido a reportagens policiais, sofreu vários processos. “Todos arquivados”, observa. Mas também é processado por outras matérias. Uma delas, referente ao assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, de Santo André, lhe custa processos por parte do ex-ministro Luiz Marinho e do diretório estadual do Partido. Atenção: Gil Campos é filiado ao Partido dos Trabalhadores desde o início dos anos 2000, com ficha abonada pelo ex-prefeito Elói Pietá.

Rua - Como diretor de redação, o jornalista exerce mais função interna. Mas o coração de repórter palpita com as chamadas matérias de rua. “Sinto falta de ir à rua, ir até o local da ocorrência”, confessa.

Na condição de sacerdote da Umbanda, Gil Campos conta que exerce o papel semelhante ao de um padre. Ou seja, celebra casamentos e batizados, participa de cerimônias fúnebres e atua no templo Cacique Flexa Dourada, em Guarulhos. “Nada cobramos, nada pedimos. Apenas ouvimos a pessoa e damos assistência”, explica. E conclui: “Umbanda é amor e caridade”.

No seu trabalho, o jornalista Gil Campos não mistura jornalismo, política e religião.


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