Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 23/11/2020 - segunda-feira

Dirigente químico conclama
à luta contra o racismo


Nossa live, dia 19, tratou de racismo e discriminação no mercado de trabalho. A jornalista Ariane Soares ouviu Francisco Quintino da Silva, ex-presidente do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial - Inspir. Nosso diretor Antonio Francisco da Silva (Fala-Mansa) já integrou a entidade.

Quintino também preside o Sindicato dos Químicos de Rio Claro (SP), integra o Depto. de Promoção de Igualdade Racial da Fequimfar e dirige a Secretaria da Igualdade Racial da Força Sindical-SP.

O Brasil foi o último País a libertar os escravos. A escravidão durou mais de 300 anos e só acabou porque houve rebeldia. A Abolição ocorreu em 13 de maio de 1888. A escravidão deixou um saldo muito ruim. Os escravos e descendentes foram marginalizados. Até hoje, o mercado de trabalho reflete isso, pois o negro ganha menos. A mulher negra ganha menos ainda.

. Desigualdade no trabalho

Após 132 anos da Abolição, ainda persiste uma desigualdade absurda devido à cor da pele. Nos últimos tempos, tínhamos obtido avanços importantes, que permitiam debater a igualdade racial. Lamentavelmente, depois de 2016, houve uma série de ações pelo governo e o Congresso, que atingiram o trabalhador formal, os Sindicatos e principalmente os negros.

. Papel do sindicalismo

O movimento sindical e os sindicalistas são os abolicionistas modernos. O sindicalismo, ao defender os interesses dos trabalhadores, constata que um dos principais itens da nossa pauta tem que ser contra a discriminação. O racismo é uma doença grave inserida na sociedade.

. Discriminação no trabalho

Ainda nesta semana, num shopping, um negro, gerente de loja, foi sido questionado por um casal idoso como ele poderia gerenciar aquele estabelecimento. A reação dos funcionários da loja foi escrever em cartazes "você é importante!”

. Devemos reagir

Eu já vivi situações de preconceito. Mas a pessoa, pra praticar um ato racista contra mim, precisa ser corajosa, porque vou reagir, mas sem usar a força física. Eu oriento que todo trabalhador, em seu local de trabalho, deve se posicionar. Não pode ser submisso e aceitar discriminação ou assédio moral em razão da cor da pele. Felizmente, a cada dia mais pessoas reagem aos racistas.

. Sofrimento numa mediação

Uma das coisas que me machucaram muito foi quando participei de mesa redonda de negociação em uma empresa, com sistema mediador do Ministério Público do Trabalho. Na ocasião, em certo momento, a gerente de RH da empresa disse que ia pedir pra que eu voltasse à senzala.

. Atuação no Inspir

Participei de um congresso nos Estados Unidos, representando o Brasil por meio do Inspir. Houve uma repercussão importante. Minha apresentação falava dos negros no mercado de trabalho. Encerrei meu discurso com uma citação da escritora Maria Carolina de Jesus. Em seu livro Quarto de Despejo, ela diz que devemos "sair do quarto de despejo e caminhar até a porta da frente pra sermos inseridos na sociedade".

. Dia da Consciência Negra

Não participo presencialmente por causa da pandemia. Mas o 20 de Novembro deve servir de reflexão sobre tudo o que passamos no mundo hoje. O racista, além de doente, é covarde. E nós precisamos combater isso.

MAIS - Clique aqui e leia Boletim Especial do Dieese sobre desigualdades no mercado de trabalho.

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