• 7/7/2021 - quarta-feira
Sindicalismo e protestos
A vida do trabalhador sempre foi dura. De vez em quando passa por melhoras, se a economia cresce ou o País tem um governo preocupado com o povo.
Atualmente, nem uma coisa nem outra. Pra agravar a situação, vivemos debaixo de uma pandemia que já matou quase 550 mil brasileiros.
Como agravantes adicionais, temos ainda repique no custo de vida, aumento nos alimentos, gás e energia elétrica, arrocho no salário mínimo e desmonte de serviços públicos essenciais, por meio da PEC 32, a chamada reforma administrativa.
Esse acúmulo de problemas tem gerado manifestações, como ocorreu de novo sábado, dia 3. São protestos legítimos, mas ainda ligados a militantes partidários e ativistas de movimentos. O povão mesmo não apareceu.
No primeiro comício das Diretas, já, dia 25 de janeiro de 1984, a Praça da Sé foi lotada por 250 mil pessoas. Em 16 de abril, um mar de gente inundou o Vale do Anhangabaú, Centro de São Paulo. Houve atos por todo o País e o brado era um só: Diretas, já! A palavra de ordem era Eu quero votar pra presidente.
O movimento sindical teve um papel relevante naquelas manifestações, que carimbavam o início do fim da ditadura. Nos atos de agora, o sindicalismo não tem tanta relevância.
A população, principalmente a mais pobre, está oprimida pela pandemia, atraso na vacinação, desemprego alarmante, perda de poder aquisitivo e a pregação alucinada do presidente Bolsonaro. É duro, nessa conjuntura, encontrar uma palavra de ordem ou um brado que unifique e mobilize.
O sindicalismo não pode se omitir. Mas entendo que, numa situação confusa dessas, as entidades precisam se religar mais com suas categorias, ouvir as bases, encaminhar demandas e serem solidárias.
Cada um faz o que pode. Sem abandonar as demandas das fábricas, nosso Sindicato realizou campanha solidária de alimentos, recolhendo 13 toneladas. E começamos, agora, a arrecadar agasalho para os necessitados.
Se ouvir a base, encaminhar suas demandas e se mostrar solidário, o sindicalismo ganha forças para, quando necessário, engajar as categorias no Fora Bolsonaro.
Antes de tudo, porém, precisamos fazer a nossa parte sindical, fraterna e humanitária.
José Pereira dos Santos - Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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