Eleita em setembro de 2020, a diretoria do nosso Sindicato toma posse no próximo sábado (24). O evento acontece no Clube de Campo (Parque Primavera). Devido às restrições da pandemia pela Covid-19, não será presencial.

Josinaldo José de Barros (Cabeça) assume a presidência da entidade, em lugar de José Pereira dos Santos, que ocupará a diretoria de finanças na gestão que vai se iniciar.

Há vários traços de união entre quem deixa a presidência e o dirigente que assume a entidade. Ambos são migrantes, que chegaram jovens a Guarulhos, para onde se mudaram a fim de trabalhar e ganhar sustento. Aqui, constituíram família e fizeram carreira sindical.

Pereira é mineiro de Veredinha, no Vale do Jequitinhonha, região muito pobre de Minas. Cabeça é pernambucano, de Vertentes.

A transição é marca de um Sindicato atuante, criado no governo trabalhista de Jango (1963), que sofreu intervenção na ditadura, em 1964, e teve vários dirigentes perseguidos.

Pereira afirma: “São décadas de história, em épocas de democracia ou sob ditadura. Vivenciamos tempos de recessão e também de crescimento da economia. Creio que cada diretoria fez a sua parte, buscando sempre se apoiar na própria categoria”.

Metas - Josinaldo Cabeça, que liderou a Chapa 1, Metalúrgicos em Ação, defende um sindicalismo de base, com forte atuação nas fábricas. Entre as metas de sua gestão, garantir pagamento de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) para 100% da categoria metalúrgica. 

Chegou a Guarulhos em 1983, aos 14 anos. Trabalhou em padaria e foi jornaleiro. Entrou na categoria em 1987.

 Trabalhou até 1993 na Thanco, fabricante de ônibus. No mesmo ano começou na Borlem e lá ficou até 2017, quando a empresa fechou. 

Em 2001, passou a compor a direção sindical. Assumiu a vice-presidência em 2009.

Principais marcas de sua atuação:

• Ações na base - Não há um único canto da base em Arujá, Guarulhos, Mairiporã (Terra Preta) e Santa Isabel onde Cabeça não tenha estado. Sempre em mobilizações, negociações, assembleias ou greves por aumento, cesta básica e melhorias das condições de trabalho.

• O Sindicato tem cinco Setores na base. Cabeça coordena.

• Dieese - Foi membro da direção, inclusive presidiu o órgão em 2010.

• Ação política - Cabeça tem militância política e partidária. É filiado ao PDT, sigla que já presidiu em Guarulhos.

Ex-carvoeiro e lavrador Pereira chegou em Guarulhos com 18 anos. Era analfabeto e foi no Mobral que pôde aprender as primeiras letras.

O mineiro de Veredinha conta que, por não saber ler, “pegava o ônibus pela cor”. Trabalhou em mercado, foi vigilante bancário e só em 1985 entrou na categoria metalúrgica, na empresa Microlite.

O presidente que transmite o cargo dia 24 ressalta sua militância no Partido Comunista Brasileiro. “O Partidão era uma escola política e de conscientização. Ali aprendi muito e forjei minha consciência de classe”, ele diz.

Social - Sem esquecer a origem pobre e sacrificada, Pereira sempre quis realizar trabalhos na área social. Uma de suas realizações é o Instituto Cultural e Esportivo Meu Futuro. Fundada em 12 de outubro de 2002, a entidade assiste crianças e adolescentes pobres na região do Parque Primavera, bem como apoio suas famílias.

Para José Pereira dos Santos, “o sindicalismo tem que ser cidadão”. Ele diz: “Lutar por uma categoria profissional não é suficiente. É preciso agir no ambiente social, especialmente com Educação e formação profissional”.

 

Eleita em agosto passado, a diretoria “Metalúrgicos em Ação” é composta por 24 integrantes. São homens e mulheres de diversas fábricas. A futura diretoria reunirá pessoas de diferentes funções e faixas etárias. Cabeça ressalva: “O que nos une, porém, é a defesa dos direitos e a luta por distribuição de renda na base metalúrgica”.

Ao se apresentar à categoria, a então Chapa 1, divulgou sua plataforma à frente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, que hoje concentra cerca de 42 mil trabalhadores.

Veja os pontos principais:

• EMPREGO

Luta por emprego se apoiará no que segue: 1 - Defesa dos atuais postos de trabalho. 2 - Melhoria do emprego por meio da qualificação profissional. 3 - Novos empregos, com incentivos fiscais pra que mais empresas se estabeleçam na região. 4 - Políticas públicas de fortalecimento da micro e da pequena indústria.

• RENDA

1 - Pagamento de PLR pra 100% da nossa base. 2 - Qualificação da mão-de-obra, porque o trabalhador qualificado ganha mais. 3 - Reajustes salariais acima da inflação. 4 - Equiparação salarial que promova o trabalhador na empresa e aumente seu salário.

• DIREITOS

Nenhum direito a menos! Pra isso: 1 - Renovar as Convenções Coletivas de Trabalho. 2 - Agregar novos direitos às Convenções. 3 - Ampliar direitos através de acordos específicos, por setor ou fábrica. 4 - Aplicar a Lei de Cotas para pessoas com deficiência. 5 - Ampliar as garantias para a trabalhadora, especialmente às mães.

• ASSISTÊNCIA E SERVIÇOS

1 - Melhorar a assistência do Sindicato aos associados, em todos os setores. 2 - Fazer novas parcerias, pra que os convênios ofereçam mais opções de serviços, com descontos. 3 - Ampliar a assistência à saúde.