Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 7/10/2022 - sexta-feira


Dirigente metalúrgico critica lentidão
pra apurar acidentes com 10 mortes


O presidente do Sindicato de Osasco e Região, Gilberto Almazan, o Ratinho, falou na live de quinta (6) do Sindicato. Ele relatou os recentes acidentes fatais na base da sua entidade, criticou a falta de prevenção das empresas e o desmonte da fiscalização pelo atual governo federal.

Dia 20 setembro, houve duas ocorrências gravíssimas. Na Cinpal (Taboão da Serra), acidente com máquina matou um e feriu três companheiros. Na Multiteiner (Itapecerica da Serra) o acidente matou nove trabalhadores e feriu outras 28 pessoas.  

Confira as falas do dirigente metalúrgico:


História - Nossa história de enfrentamento dos acidentes começa em 1978. Naquela época as pessoas adoeciam e a Previdência Social não reconhecia. Por vários anos, não houve registro de doenças provocadas pelo trabalho. Em 1979, fizemos a primeira Semana de Saúde do Trabalhador, apoiada por outros Sindicatos. Daí começamos a trabalhar essa questão. Destaco a criação do Diesat, em 1980.

Multiteiner - Tem várias unidades e a matriz fica no Rio de Janeiro. Produzem contêiner. Mas Itapecerica é  área de preservação ambiental e lá não se pode construir de qualquer maneira. Só uma parte do terreno comporta obras, mas há regramentos pra isso. Porém, parece que fizeram obras irregulares, do ponto de vista da engenharia e também ambiental.

Acidente - Na hora do acidente acontecia palestra com candidatos, pra cerca de 70 pessoas dentro do auditório. Quando acabou a reunião, o pessoal foi pra uma parte da laje, que desabou por excesso de peso. Parte da parede que segurava o mezanino também e atingiu pessoas.

De pronto, contatamos o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho. O MP esteve lá no dia seguinte. Uma semana depois, retornou com o Sindicato. No dia 23, o Ministério do Trabalho foi ao local. Mas não temos informações desses órgãos ou da empresa.

CAT - A empresa disse que fez a Comunicação de Acidente de Trabalho. Mas não enviou cópia a ninguém, nem ao Sindicato, ao Ministério Público e pro Ministério do Trabalho.

Prazo - Nesta sexta dia 7, expira o prazo pra que eles enviem a documentação ao MP. A Prefeitura interditou o local, que não tem licenciamento pra funcionar.

Cinpal - Foram dois acidentes. Em fevereiro, na setor fundição. A máquina parou e o companheiro entrou pra arrumar. Era operador e foi fazer manutenção. Ele morreu sufocado, pois estava num ambiente pequeno e enclausurado. Tentaram reanimar, mas ele faleceu.

Setembro - Esse acidente atingiu quatro pessoas, uma delas morreu. Pelo que se fala, eles ergueram parte do maquinário pra manutenção, com equipamento de quase uma tonelada. Tem um gancho que prende na máquina no cabo de aço. O que deu a entender é que esse anel não teria seguido as normas da ABNT. Parece que  o anel foi feito na própria fábrica, sem seguir as regras. Isso está sendo investigado.

Jurídico - Para os familiares e acidentados, cabe dano moral e dano material. O Sindicato propôs entrar com ação civil pública, bloqueando os bens da empresa, pra que, em caso de condenação, ela tenha como pagar. É fundamental termos os laudos do MPT, da Defesa Civil, Bombeiros e Polícia Civil.

Auditoria -
Pra um número especifico de trabalhadores é preciso uma quantidade mínima de auditores fiscais. Na melhor época, a Regional teve 27, mas era para ter 54. Hoje há apenas quatro, pra 12 municípios e todas as categorias profissionais.

Para cuidar do caso Cinpal, está vindo um auditor fiscal de Bauru, porque não tem auditor na Grande São Paulo capacitado pra análise de acidentes em máquinas e equipamentos.

MAIS - A live completa já está disponível em nosso canal do Youtube. Assista!

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